Reconhece?

Acordou. Olhou para as mãos e viu que estavam vermelhas, principalmente a direita. Acendeu o abajur e olhou mais atenta. Não fez muita diferença, muito escuro. “Será que estou sangrando?” e saiu correndo até o banheiro. Ao ver seu reflexo no espelho lembrou que o vermelho era da tinta do cabelo. Suspirou, mas não se sabe se foi de alívio ou de frustração. Lavou as mãos e voltou ao quarto.
Ao sentar-se na cama, percebeu que o despertador vintage (que ganhou da mãe e simplesmente o adora) marcava 2:37 da madrugada. No relógio de pulso digital, a temperatura era de 21°. “Tudo bem, tá calor e você não consegue dormir.”Abriu a janela ao máximo e ficou olhando a lua até adormecer de novo.
O leve lençol ainda lhe sufocava, o que, em sonho, causava o efeito de mãos. Mãos de uma mulher? Não, mais fina, uma adolescente, talvez. Ela conseguiu abrir os olhos e finalmente viu: a moça era ela mesma, lhe enforcando com toda a força. Nos olhos de sua ‘clone’, ela via as lágrimas de raiva. “Por que você fez isso comigo? Por que está fazendo tudo errado de novo? Por que você não foi embora inda e largou tudo? Sua covarde!” Ela disse antes de dar um tapa e voltar com as mãos no pescoço da sonhadora. As unhas estavam entrando na pele e tudo o que a garota original conseguiu fazer foi gritar.
Finalmente acordou. De novo. Ficou paralisada até perceber que estava em sua cama, apenas sendo arranhada pela costura do lençol. Sem dor, sem enforcamento, sem dúvida. Ao afundar a cabeça no travesseiro lembrou que alguém disse que os sonhos são reflexo do nosso mais íntimo desejo ou aflição.
Vermelho na cabeça e nas mãos?

“What’s gone wrong, I can’t see straight
Been too long, so full of hate” – Hate To Feel – Alice In Chains.
Boa Noite!

Abraço


Abraço de mãe parece o mais confortável. Principalmente se você é maior que ela e é necessário sentar para que ela agarre sua cabeça junto ao corpo e alise seu cabelo.
Abraço de amigo é o mais recípocro. Estando ele em aflição, você oferece abrigo e vice-versa. Estando os dois felizes, não há abraço mais apertado.
Há o da vovó e da titia. O sufocante e já previsto em cada reunião familiar. Geralmente é seguido de um beijo molhado na testa ou um aperto na bochecha. Um dos mais irritantes e provavelmente, conhecidos do público em geral.
O abraço entre desconhecidos é um ato interessante. Pode ser apertado, cheio de boas esperanças, tímido ou até mesmo desconfiado. Parece que dá pra saber quem vai ser companheiro um do outro e quem simplesmente vai conviver por hábito.
Irmãos, se não são muito ligados, também abraçam-se de maneira reservada e rápida. Mesmo que talvez estes braços não se abram mais um dia, você sabe que nunca vai esquecê-los.
Tem o abraço do amante. Este sem dúvida é único e raro na vida de cada um. É um aninhar e ao mesmo tempo uma capa protetora dura contra qualquer coisa. É um abraço quente, mas não contém malícia. Apertado, mas não sufoca e ainda por cima pode-se ouvir o coração e a respiração da pessoa. Diria que é o mais humano, real e confortável.

De uma maneira ou de outra, um dia o abraço morre. E estamos fadados a fechar os braços em nós mesmos. Quem dera meu abraço fosse suficiente.

*Agradecimentos aos meninos da faculdade que me ajudaram a pensar nest post, que apesar de pequeno, guarda muita lembrança boa.

Desmembrando meu desktop 2

*Clique nas imagens para vizualizá-las em tamanho maior

Eu já fiz esse processo antes e farei de novo. Como toda geek que se preze, eu adoro turbinar o meu desktop enfiando nele plugins para deixá-lo organizado, além dos ícones personalizados e o wallpaper que é geralmente uma foto ou desenho que eu gosto.
Começando pelo Wallpaper, é uma foto do Robert Pattinson no filme Remember Me (que ainda será lançado esse ano). Antes tava uma foto minha com meu namorado, mas por questões de privacidade, eu tirei.


Plugins:

Essa barra super linda que parece a do IMac da vida eu baixei e personalizei usando um programa chamado RocketDock. Ele não é pesado, abre logo que você inicializa o Windows e há várias maneiras de personalizá-lo, desde a posição da barra na tela, quanto a sombra da fonte que você vê ao passar o mouse por cima de algum ícone.

A barra de iniciar é outro programinha que uso. O UXTheme Multi-Patcher, também leve e inicializa logo que você entra no seu próprio login. O único problema deste plugin é a parte da instalação que é meio chata. Mas logo depois que você a faz, não é necessário manutenção (a não ser que você queira mudar de tema).

Skins:

Eu sempre coloquei skins diferentes no meu Winamp. Eu até o prefiro usar (por ser de graça e prático) do que o Windows Media Player. Esse tema chama-se A1, haha. No site do próprio Winamp, é possível baixar o programa e várias skins diferentes. Há alguns blogs e sites que contém skins personalizadas, mas sempre achei feinhos, haha. ;~

MSN: ferramenta mais que necessária na minha vida para falar com as pessoas que realmente interessam. Pelo Messeger Plus é possível mudar os temas do Windows Live Messenger facilmente (o único ponto negativo é que a cada vez que você troca, é necessário reiniciar o MSN, então até você achar o que se encaixa, demora um pouquinho. :P). Essa skin (ou máscara) é a Snow Leopard. No site do WLMPlus também há váras máscaras diferentes para baixar. 😀

Alguém aqui já ouviu falar do TweetDeck? É uma ferramenta ótima para quem é viciado em Twitter pois, além de publicar as imagens de 140 caracteres, diminui automaticamente o tamanho da URL que você coloca na barra de texto e é possível postar fotos também. Ah, é possível postar pelo Twitter, pelo MySpace e/ou Facebook. Ele separa os seus seguidores de maneira limpa e organizada e é personalizável em relação às cores internas. Ou seja: divino.

Ícones e programas que eu uso:
Girafas: eu amo! Coleciono girafas faz pouco tempo porque, de fato, antes não colecionava nada, mas sempre admirei-as (além de tigres). Elas são desengonçadas, sorridentes, altas, livres e únicas. São lindas, vai, falaê. *-*

Pasta de música. Atualmente tenho 8,21Gb de música (1662 músicas na minha playlist). Tem desde Cartola até Claustrofobia ou U.D.R. Tem a pasta de músicas compartilhadas (que é praticamente do meu irmão), mas a minha é mais organizada e tem mais as coisas que eu gosto. ;~

Na ordem: TweetDeck, Windows Live Writer, Windows Live Messenger e Skype. Programas de publicação ou de contato que exigem uso de internet.


Mozilla Firefox
, Safari, Opera, Google Chrome e Internet Explorer.

Eu uso mais o Firefox ou o Opera. Varia com o humor ou se quero verificar se tá tudo certo na HTML do blog.

Agora começam os programas em que a internet não é necessária. Na ordem: Adobe Photoshop CS3, Adobe Illustrator CS3, Scanner (ícone rápido) e Bloco de Notas. Uso eles para trabalho, então ficam meio separadinhos. Provavelmente agora que comecei a faculdade, essa lista vai aumentar e eu vou usar programas mais legais e sofisticados, há!

Winamp, como todos já conhecem. O CDisplay para ler scans que eu baixo de HQ’s na internet. The Sims 3 e o Ninja, uma espécie de antí-virús de pen-drive especificamente.

Todos os ícones que eu baixei foram pura fuçada no Google, gente. Há sites que se, por exemplo, você encontrou o ícone apenas em .PNG, você pode convertê-lo para arquivo .ICO, que é o tipo usado pelo Windows.

Esse post deu trabalho, mas valeu a pena. Eu tava afim de postar uma coisa diferente e de utiliade pública pra animar. Ando passando por dias tensos, mas ainda estou caminhando e cantando, claro.
Faculdade começou essa semana. Vou viajar amanhã. Bom carnaval a todos e usem camisinha. Há!

“Eu tava com meus mano lá na minha quebrada, chegou o Vanderlei e veio dar idéia errada
ele virou pra mim e fez a proposição: orgia de traveco com scat de montão” – Bonde da Orgia dos Traveco – U.D.R.
Boa Noite!

Resultado igual em números diferentes.

Encaro-me no espelho e vejo o olho estranhando da mesma maneira de antes. Percebo as mesmas dúvidas, mesmas tristezas, mesmas dores. Em registro, são situações opostas. Em comparação, segue o mesmo script com personagens diferentes. Só eu que pareço parada e velha. Se são erros, então me tenho como burra ao repetí-los. Ao contrário de personalidade, são variáveis que eu simplesmente poderia mudar. Mas quero ser dependente ainda e esperar os sinais certos.

Não vai levar a sério de novo, eu sei. Provavelmente irrita-se com meu egoísimo e drama. Acho que estou pedindo para que veja e reaja de maneira notável. Não sou tão óbvia. Sou apenas paciente, porém instável. Mas acho que também não entende ou acha banal.

O que estou fazendo?

Caixa de Pandora

Lambeu os dedos. O sal fazia sua pressão subir e os lábios ficarem vermelhos. Tentou fazer de novo o truque de equilibrar o pote de sal sobre uma montanha de seu próprio conteúdo derramado sobre uma mesa de bar. Uma atitude patética e, no mínimo, rídicula aos olhos dos frequentadores do boteco. Em toda a sua vida ela se perguntava porque sempre existiram bares como aqueles: sujos, com baratas, olhares maldosos e egoístas em todo lugar, além da gordura abafando o vidro das vitrines de salgados.
Ao olhar o relógio reparou como era fácil sua vida de registros que agora se resumem em anotações num caderno acabado e rasgado nas bordas. Ela anotava as mudanças que precisou tomar para tornar-se alguém totalmente comum e desprezível na cidade do interior. As mulheres sabiam o que ela era pela pose e pelas roupas. Os homens sabiam o que ela era pelo olhar instingando malícia comprada.
Prostituta. Puta. Acompanhante dos pobres. Namorada de aluguel. Vadia. Piranha. Mulher da vida. E a que ela a gostava de se auto-intitular: curiosa. Tanto por essa brincadeira com o nome à sua profissão que para os outros se apresentava como Pandora. Ao abrir suas pernas para libertar a curiosidade de como é sentir cada homem, mulher ou ambos, explode uma gama de raiva, doenças, curas, tristezas, esperanças, paz e guerras internas. E ela agradece ao encontrar Deus caindo na tentação de seu próprio filho vindo da luz.
Os braços marcados pelas mãos de homens brutos e pelas agulhas da tatuagem de rosas tribais desbotam no sol enquanto ela caminha pela rua a caminho da sua kitnet. É claro, ela chama a atenção das pessoas que passam por ela. A mini-saia, o top e o salto de 15 cm deixam claro que este é seu marcketing principal. Ao chegar em casa, tira as roupas e vai para o banheiro. No caminho, pega a toalha amarelada, o pote novo de comprimidos, o espelho e os cadernos. Deixa os cadernos cuidadosamente ao lado da pia, onde não molha, e liga o chuveiro. Tomou 60 comprimidos. Olhou-se no espelho e observou-se colocar a toalha na boca e verificou se era possível assustar-se com aquela cena.
Silêncio gritado. E ela desmaia.

Piada interna.

Cal Me – Blondie.
Call me, call me any, anytime

Intervalo de uns 5 meses

Halloween.
(no caso, é só o nome da banda)

It’s Time To Dance – Panic! At The Disco.

Uma Arlinda Mulher – Mamonas Assassinas.
entregue às bebida

Meet Me In The Bathron – The Strokes.

Forget To Remember – Mudvayne.

First Date – Blink 182.

Conforme foi indo…

Sex Type Thing – Stone Temple Pilots.
I am a man, a man
I’ll give you something that you won’t forget
I said you shouldn’t have worn that dress

I Wanna Hold Your Hand – The Beatles.

Heart Shaped Glasses (When The Heart Guides The Hand) – Marilyn Manson.

Light My Fire – The Doors.

E finalmente…

Gloria – The Doors .
She come ‘round my street now
She come to my house, yeah
Knock upon my door
Climbing up my stairs
One, two, three
Come on up, baby
Mmmm, here she is in my room, oh boy!

Até que…

Violence – Blink 182.
I’d ask if you feel the same

High – The Cure.
But when you pout
The way you shout out loud
It makes me want to start

Surpresa que todo mundo já sabia.

I Love You – Ramones.

I Wanna Be Your Boyfriend – Ramones.

E até agora…

Since I’ve Been Loving You – Led Zeppelin.
But baby, since I’ve been loving you, yeah
I’m about to lose my worried mind, Oh, yeah

Sex On Fire – Kings Of Leon.

Love Minus Zero/No Limit – Bob Dylan.
My love she speaks softly
She knows there’s no success like failure
And that failure’s no success at all

Perfumes fixam em fones de ouvido sim! E apesar do cheiro entorpecer, o colchão de solteiro parece grande e vazio demais sem uma linda massa de 77kg ao lado dos 55 kg que já se deitam sobre ele.

Dica da autora.

Ás vezes você tem que chorar sem motivo para lembrar que não há motivo para chorar. Ás vezes você tem que escutar no último volume para não ensurdercer. Ás vezes tem de manter o espelho embaçado para não ver o que há sempre lá (que provavelmente não é a sua própria persona). Tem de fugir para lembrar que nunca fui presa. Tem de se sujar para lembrar o ato de limpar. Tem de entrar num poço-sem-fundo para lembrar como é ter apenas uma luz inconstante ao seu favor. Tem de tocar para saber se é real.
Ás vezes você tem que morrer por dentro para se abster do lado de fora. Tem de fechar os olhos para enxergar. Tem de ficar sem ar para saber o que é sufocar.

Seguindo estes passos, pode-se dizer que você se tornou alguém existente, mesmo que você simplesmente não esteja. Quando existe, mas não se é.

“Addict with no heroine
E-motion sickness
Distorted eyes
when everything is clearly dying” – Emotion Sickness – Silverchair.
Boa Noite!

Mudar e irreconhecer.


É notável a minha mudança de postura quando estou confortável e quando estou impaciente com algo. Não consigo transparecer isso nas fotos. Sempre as olho e penso “que cara de cansada”. 2009 foi um ano, no mínimo, cansativo. Contabilizando os positivos e negativos, até que me dei bem por muito pouco.
Mas ainda estranho certas coisas. Ainda não acredito que meu irmão faleceu. Na praia eu podia sentir a felicidade dele do meu lado por estarmos perto do mar. Podia ouví-lo brincando com meus primos na piscina.
Assim como ainda me estranho no espelho e ver que a mesma garota que fez da sua vida um inferno moral agora tem um futuro reservado na faculdade, um homem ao seu lado, uma família mais compreensiva e próxima, além de amigos mais reais. Parece que não sou merecedora dessa vida. Ou sou? A determinação que tive para cometer erros é a mesma para que, apesar da minha relutância, eu tenha uma vida normal? Me surpreende que agora pra mim tanto faz. Que finalmente eu cheguei à minha liberdade de falar “poxa, foda-se se eu estou sendo meio igual ao esperado. Estou feliz assim!”. Do mesmo jeito que pensava ao fazer meus egoísmos no ano passado.
E mesmo que eu tenha visto tanta coisa, ainda parece que não aprendi tanto assim. Parece que isso não preencheu o meu eu. Eu me sinto mais completa, não nego. Porém, olho algumas pessoas e me pergunto se não estou perdendo nada. Ou se é algo que eu simplesmente já vi e não me lembro. Assim como vejo certos fantasmas em algumas pessoas que conheço e me amedronto, me afasto. Eu já fui mais aberta, mais tolerante. Agora simplesmente ignoro.
No que estou me tornando afinal?
Antes reconhecia meu rosto estampado em cada parte melancólica de uma frase ou imagem. Agora parece que ele se foi, se perdeu em frases clichês da qual reluto em afirmar que fazem parte de mim.
Eu não me dou com as pessoas de um jeito normal. Não amo de um jeito natural. Não odeio de um jeito plausível. Não sofro e não me vejo feliz como todos se vêem. Destas coisas eu tenho certeza. Então por que eu ainda bato a minha cabeça perguntando o que há de errado? Simplesmente tem de estar de errado. Do contrário, não me é real.

“E não sei se sigo ou desisto…
E grito só, entre os surdos” – Quando o Veneno Sobe a Lança – Dance Of Days.
Boa Noite!

#prontofalei

Foi sufocante. Olhava a rua, já tão pisada por mim, sem reconhecê-la. Aliás, nem a observava de fato. Meus olhos estavam tentando se abrir para outra coisa. Tentava saber como tirar aquela dor aguda de mim. Não posso te dizer se apertei ou não as mãos, pois não me lembro de ter usado força. A fraqueza e diria que até mesmo, o vazio, percorriam minhas veias e só conseguia me mover porque eram funções automáticas do meu corpo.
Foi quando me pararam. Eu deixava os olhos percorrerem o chão, como se bucasse algo, como se buscasse o que fazer. Era a hora. Eu tinha que falar algo. Tinha que agir. Tinha de transparecer o que se passava por dentro. Me fez parar de tremer de medo ao falar o que achava que estava acontecendo com ele em relação a mim. E então, após abaixar minha cabeça, apertar meus olhos e me encolher em seus braços, eu finalmente consegui sussurar, com muito esforço, o que gritava dentro de mim:
Eu te amo tanto.

E agora eu tenho um namorado que me sussura ao pé do ouvido “eu te amo” antes de se despedir.

“Fica assim, aqui perto,
que o teu cheiro me faz seguro,
teu calor me protege e teu corpo me cura o vazio” – A Dança das Estações – Dance Of Days.
Muito boa noite!

Característica

Transborda o olhar em lugares inanimados. Absorve vozes em nome da distração. Cria tremores em suas dedos magros e insuficientes para alisar o cabelo da maneira nervosa que gosta de demosntrar.
O que você sente, o médico lhe pergunta. Frustração, raiva, insegurança, angústia, vontade de socar a minha própria cara, de fechar os olhos e sumir, de pegar a faca e trazer a dor de volta só para ver se tudo isso vale a pena de novo (sua inútil, ela pense em paralelo), saudade de quem não se pode sentir falta, tristeza, carência, raiva da carência, impotência, náusea, em resumo, tudo aquilo que um poeta diz sentir quando escreve, mas eu sou incopetente demais pra fazer alguma obra desse tipo que valha alguma breve olhada – ela pensa. “Dor de cabeça” por fim responde.
Acariciou as veias azuladas no pulso esquerdo e admirou sua tez tão branca e transparente, seu orgulho mais fútil depois de pensar que é a única com humor tão variado em um dia qualquer. Após tropeçar na calçada, de novo, lembra que não é tão invencível assim e que sua carapaça está para se quebrar diante de todos, sem que ela consiga descobrir onde começam as rachaduras. Sente o frio do medo. Reconhece seu fracasso determinado a tantos anos e admira o coração trancado a sete chaves pois sabe que, se alguém o tocá-lo, também pode destruí-lo.

“When you lose small mind,
You free your life” – Aerials – System Of A Down.
Boa Noite!

Minhocão

Próxima estação: Luz. Acesso à CPTM

Toda vez que ouço “CPTM”, imagino a voz metálica completando a frase com o significado da sigla “Céu Para Todos os Merdas“. E logo me vem à memória de que a estação Luz está bem distante da Paraíso. Penso nessa brincadeira de nomes de estaçãoes desde que comecei a usar metrô de fato.
Isso foi lá pros meus 14, 15 anos. Parece tarde, eu sei, mas no geral, eu só usava metrô ao lado da minha mãe quando era realmente necessário. Quando cheguei a esta idade, comecei a sair e reparar no transporte público de São Paulo. Em ônibus eu já reparei mais. Já senti frio na barriga ao torcer para que o motorista visse meu sinal. Agora encaro isso como rotina.
Mas o metrô não. Metrô é diferente. Eu gosto sempre de estar com os cabelos soltos e sem fone de ouvido quando o metrô pára na estação, assim posso ouvir o grito ensurdecedor que ele dá quando freia. Uma vez, fui até o Jabaquara e, a partir da Saúde mais ou menos, o grito agudo era constante e não se ouvia nada dentro do próprio transporte. Foi um dos momentos em que mais estremeci e mais me deleitei por dentro.
Além de que, fico me encarando enquanto ele ainda está em alta velocidade e consigo ver meu reflexo nas janelas. Parece que meu próprio demônio está ali, de pé, me olhando e apenas esperando o momento certo para pular no meu pescoço e me enforcar.
Já nas estações, é claro, todas as pessoas com tendência à depressão (como eu) gostam de observar os passantes de catracas e se atentar às seus incríveis detalhes. Já pensei em andar com um caderninho e uma caneta e anotar idéias que surgem nesses tempos em que olho as pessoas andando por aí, mas me veio à cabeça de que, infelizmente, seriam idéias iguais umas às outras.
Me lembro de alguns detalhes ao andar de metrô. Minha época do Abraços Grátis, quando andava com o Cauê e o Rafael, quando andava com o Leonardo, quando era de manhã e eu estava voltando dos rolês da Mônica, ou quando eu fiz minha única viagem para o Tatuapé. Memórias que eu guardo com carinho porque cada uma delas me lembra meu estado de espírito mais comum diante do minhocão e do espelho:

vazio.

Eu tinha certeza de que isso ia acontecer. Me vejo fadada ao decair dos olhos a toda vez que alguém os levanta.
Fica frio de novo.

“Night after night she lay alone in bed
Her eyes so open to the dark” – Charlotte Sometimes – The Cure.
Boa Noite!

Esgota. Nos faz engolir seco. Treme as minhas mãos e pernas. Esquenta as palmas e orelhas. Nos faz ter tiques momentâneos. Qualquer válvula de escape é válida. Fechar os olhos por 2 segundos alivia, mas não é suficiente. Tudo parece difuso e você não consegue focar nem ao que está na sua frente. Perco a respiração. Perco o controle. Parecem todos estarem olhando para nós, como se fôssemos diferenciados. Olhares nervosos se trocam rapidamente e nos fazem vermelhos nas bochechas. O coração bate mais forte, apesar da falta de ar nos pulmões. E, ás vezes, eu preciso parar e olhar para o nada, apenas para contemplar o simples e belo nada.

Isso era pra ser um ensaio sobre o que eu senti enquanto fazia a prova da FUVEST hoje de tarde. Mas se misturou com outras sensações. Raiva e paixão tão próximas assim? Estou com raiva de mim mesma porque não fui muito bem na FUVEST. E só uma paixão minha podia me dar essas sensações acima de maneira positiva. Aliás…acho que pode ser mais que paixão.
(sim, estou gay e com vontade de transparecer tudo, há!)

“What’s happening to me
I’m dying from the inside
Body hurts too much to feel
And pressure adds to pain” – Deliver Us From Evil – Bullet For My Valentine.
Boa Noite!

Rascunho da declaração

Que fique registrado este tempo. São 4:37 da tarde do dia 15 de novembro de 2009 (feriado da proclamação da República que, infelimente, caiu num domingo). E eu posso começar meu ensaio sobre ele (que poderá ou não ser o único a ser assim).

Você me diz que mergulha de cabeça em todas, enquanto eu só tive lá as minhas algumas. Me olha e me admira tão diretamente para cada visão periférica que mantenho alerta quando você está por perto. Ainda me concentro demais em absorver suas ações que acabo esquecendo de deixar o ar entrar nos meus pulmões. Você ainda me faz deixar todas as lágrimas que eu poderia derrarmar se transformarem no suor que aparecem na nossa pele sem aviso. Eu tremo com todo este calor ao redor de nossos ossos. E você ainda tem a coragem de envenenar meu sangue para que ele flua tão mais livremente e forte pelas minhas veias até chegar no meu rosto e me deixar rubra de novo. Que eu ainda te vejo melhor com os olhos fechados. Ouço melhor quando você não fala nada. E ainda me dou o luxo de ver as veias saltadas de suas mãos e braços, coisa que me faz suspirar e lembrar os apertos que você me dá, sendo estes apertos motivos de minhas risadas tão mais relaxadas. Além do prazer de ver seus olhos bem apertados enquanto respiramos o mesmo ar.
Perceba que agora meu medo não é mais de você, é de mim mesma. E que, apesar de não ser tão explícita e tão espontânea quanto você, não quer dizer que eu não esteja sentindo o mesmo.
Posso te olhar por esta eternidade que dura meus momentos com você? Porque você surgiu, se aproximou e resta um lugar vazio no meu abraço quando fica e eu vou agora.

Exponho minha maior fraqueza, enfim. Quando eu vou, eu vou mesmo. Ignoro ser tachada de romântica extrema. Não é todo dia que me sinto assim, então porque guardar este sorriso aberto? Concluo que somos iguais neste aspecto, pensando na saudade.

“Diz pra mim, o que é que foi,
Quem roubou meu bem querer?
Que hoje é assim,
Tanta dor,
E eu sinto tanta falta de você.” – Com Você Não Vou Ter Medo – Dance Of Days.
Boa Noite!

Frias variáveis

Tudo bem, isto é mais para tomar nota do que para expressar qualquer coisa exatamente.
Coisas que podem mudar minha vida (e ao mesmo tempo, não podem):
Meu TCC ficar uma merda, o que resulta em repetição de módulo e, conseqüentemente, um maldito atraso de um semestre em um momento da minha vida;
Meu livro infantil não ficar pronto a tempo, o que também me atrasaria;
Eu esquecer minha idéia para o clipe do Estevan. Até agora ela ainda está fresca na memória, mas é bom escrever logo;
Eu não passar em nenhuma faculdade;
Passar em uma faculdade, mas ela ser cara pra burro e eu não conseguir pagar;
Não conseguir terminar meu quarto até o Natal (sério, quero me mudar LOGO pro meu canto);
Conseguir fazer TUDO isso com direito a voltar pra bateria ano que vem sem receio.

Certo, isso corresponde as coisas que envolvem lado profissional e doméstico.
Internamente, eu não sei exatamente o que quero de mim mesma.
Não sei explicar as variáveis exatamente.
Acho que implica se vou continuar desconfiando de tudo e todos ou se você confiar um pouco no que pareço ver;
Se vou me atentar a sorrir pra todos aqueles que merecem;
E se vou tomar mais cuidado para onde olho, onde piso e com quem ando.

De repente, me sinto livre e serena.

“Hey, you had time to think it out, yeah
Hey, Your weak will won’t help her heal her heart
Hey, I’ll bet it really eats you up” – Again – Alice In Chains.
Boa Noite!

Tradição momentânea.

Me apego aos fatos. Deles não tiro emoção porque, para mim, todos sabem que assim é melhor. Me agarro com todas as forças, lágrimas, sorrisos desesperados e olhares inocentes que posso lançar. E é fato que ainda vasculho meu passado procurando as respostas do meu futuro. É fato que ainda fecho os olhos para tudo ver. E é fato que eu não deveria fazer isso.
Parece que nos ápices de minha vida, eu me vejo em declínio psicológico. De ano em ano, não mudou muita coisa. Parece tão meticulosamente programado. E já faz tanto tempo.

E esqueço de avisar que gosto de ver os olhares curiosos e medrosos. Fato que sou sádica disfarçada.

“Sou deslocada entre os deslocadas. Seria eu tão abstrata assim?”

———————————————–
A correria do TCC me deixa com a cabeça com mais vontade de liberar uma raiva e stress de qualquer formiga que passe por minha vida. Só mais um mês…E estarei livre. Estranho é que só na raiva e na tristeza me vejo inspirada. Faça disso uma filosofia e defina que todos os escritores de sucesso são depressivos compulsivos.
E é exatamente por isso que eu prefirro números.

“E é tão ruim pensar
Que não há nada que eu possa fazer
E nada que me afaste de ser assim
E querer provar tudo
E ter respostas a todas as perguntas.” – Antítese – Dance Of Days.
Boa Noite!

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