Pois é. Andei passando por poucas e boas esse último mês e acabei não falando nada de nada. Estou ocupada com a faculdade e, pra variar, tentando me fechar e não vendo necessidade em falar as coisas em alto e bom som. Mas pra ser sincera, há vezes em que você precisa apelar para as indiretas-diretas para passar uma informação.
Reclamona
03 out 2010 Deixe um comentário
Sorte é você quem faz.
11 mar 2010 Deixe um comentário
Peguei a mochila e adiantei o trabalho de arrumar as coisas. 2 camisetas, 1 calça, 4 calcinhas, 4 pares de meias e uns 2 sutiãs. Seria suficiente para passar alguns dias sem lavar a roupa. Toalhas? Uma só tava bom. Já não cabe quase mais nada e o pouco que ainda falta levar eu vou colocar na sacola disfarçada.
Está tudo indo conforme os planos. Amanhã eles viajam para um lado e eu, ao invés de ficar em casa e cuidar do lar, vou-me para a minha própria aventura. Talvez eu fique fora por apenas uns dias. Ou por todos os outros dias (que era o planejado). Não queria pensar de novo na minha decisão. Olhar meus pulsos cheios de cicatrizes e os recados antigos de amigos perguntando o porquê de tudo isso já me eram justificativas suficientes para tentar novamente. Tentar o isolamento e, enfim, a liberdade absoluta: a morte concebida por mim mesma. Irei para o hotel, ficarei bêbada por 5 dias, farei todo o sexo puro e sujo que conseguir, gritarei, matarei a camareira por diversão e finalmente darei o tiro da redenção. Me despedindo dos jornais que publicarão isso com classe, como um caso memorável. E dos que eu amo, farei com que me odeiem. A glória de virar a mesa e transformar admiração para rejeição.
Ao lado de um possível Lúcifer eu me sentarei. E dele tentarei ser amante.
“People say that your dreams
are the only things that save ya.
Come on baby in our dreams,
we can live our misbehavior.” – Rebellion (Lies) – Arcade Fire.
Boa Noite!
Reconhece?
24 fev 2010 Deixe um comentário
Acordou. Olhou para as mãos e viu que estavam vermelhas, principalmente a direita. Acendeu o abajur e olhou mais atenta. Não fez muita diferença, muito escuro. “Será que estou sangrando?” e saiu correndo até o banheiro. Ao ver seu reflexo no espelho lembrou que o vermelho era da tinta do cabelo. Suspirou, mas não se sabe se foi de alívio ou de frustração. Lavou as mãos e voltou ao quarto.
Ao sentar-se na cama, percebeu que o despertador vintage (que ganhou da mãe e simplesmente o adora) marcava 2:37 da madrugada. No relógio de pulso digital, a temperatura era de 21°. “Tudo bem, tá calor e você não consegue dormir.”Abriu a janela ao máximo e ficou olhando a lua até adormecer de novo.
O leve lençol ainda lhe sufocava, o que, em sonho, causava o efeito de mãos. Mãos de uma mulher? Não, mais fina, uma adolescente, talvez. Ela conseguiu abrir os olhos e finalmente viu: a moça era ela mesma, lhe enforcando com toda a força. Nos olhos de sua ‘clone’, ela via as lágrimas de raiva. “Por que você fez isso comigo? Por que está fazendo tudo errado de novo? Por que você não foi embora inda e largou tudo? Sua covarde!” Ela disse antes de dar um tapa e voltar com as mãos no pescoço da sonhadora. As unhas estavam entrando na pele e tudo o que a garota original conseguiu fazer foi gritar.
Finalmente acordou. De novo. Ficou paralisada até perceber que estava em sua cama, apenas sendo arranhada pela costura do lençol. Sem dor, sem enforcamento, sem dúvida. Ao afundar a cabeça no travesseiro lembrou que alguém disse que os sonhos são reflexo do nosso mais íntimo desejo ou aflição.
Vermelho na cabeça e nas mãos?
“What’s gone wrong, I can’t see straight
Been too long, so full of hate” – Hate To Feel – Alice In Chains.
Boa Noite!
Caixa de Pandora
07 fev 2010 Deixe um comentário
Lambeu os dedos. O sal fazia sua pressão subir e os lábios ficarem vermelhos. Tentou fazer de novo o truque de equilibrar o pote de sal sobre uma montanha de seu próprio conteúdo derramado sobre uma mesa de bar. Uma atitude patética e, no mínimo, rídicula aos olhos dos frequentadores do boteco. Em toda a sua vida ela se perguntava porque sempre existiram bares como aqueles: sujos, com baratas, olhares maldosos e egoístas em todo lugar, além da gordura abafando o vidro das vitrines de salgados.
Ao olhar o relógio reparou como era fácil sua vida de registros que agora se resumem em anotações num caderno acabado e rasgado nas bordas. Ela anotava as mudanças que precisou tomar para tornar-se alguém totalmente comum e desprezível na cidade do interior. As mulheres sabiam o que ela era pela pose e pelas roupas. Os homens sabiam o que ela era pelo olhar instingando malícia comprada.
Prostituta. Puta. Acompanhante dos pobres. Namorada de aluguel. Vadia. Piranha. Mulher da vida. E a que ela a gostava de se auto-intitular: curiosa. Tanto por essa brincadeira com o nome à sua profissão que para os outros se apresentava como Pandora. Ao abrir suas pernas para libertar a curiosidade de como é sentir cada homem, mulher ou ambos, explode uma gama de raiva, doenças, curas, tristezas, esperanças, paz e guerras internas. E ela agradece ao encontrar Deus caindo na tentação de seu próprio filho vindo da luz.
Os braços marcados pelas mãos de homens brutos e pelas agulhas da tatuagem de rosas tribais desbotam no sol enquanto ela caminha pela rua a caminho da sua kitnet. É claro, ela chama a atenção das pessoas que passam por ela. A mini-saia, o top e o salto de 15 cm deixam claro que este é seu marcketing principal. Ao chegar em casa, tira as roupas e vai para o banheiro. No caminho, pega a toalha amarelada, o pote novo de comprimidos, o espelho e os cadernos. Deixa os cadernos cuidadosamente ao lado da pia, onde não molha, e liga o chuveiro. Tomou 60 comprimidos. Olhou-se no espelho e observou-se colocar a toalha na boca e verificou se era possível assustar-se com aquela cena.
Silêncio gritado. E ela desmaia.
Característica
06 dez 2009 Deixe um comentário
em raiva
Transborda o olhar em lugares inanimados. Absorve vozes em nome da distração. Cria tremores em suas dedos magros e insuficientes para alisar o cabelo da maneira nervosa que gosta de demosntrar.
O que você sente, o médico lhe pergunta. Frustração, raiva, insegurança, angústia, vontade de socar a minha própria cara, de fechar os olhos e sumir, de pegar a faca e trazer a dor de volta só para ver se tudo isso vale a pena de novo (sua inútil, ela pense em paralelo), saudade de quem não se pode sentir falta, tristeza, carência, raiva da carência, impotência, náusea, em resumo, tudo aquilo que um poeta diz sentir quando escreve, mas eu sou incopetente demais pra fazer alguma obra desse tipo que valha alguma breve olhada – ela pensa. “Dor de cabeça” por fim responde.
Acariciou as veias azuladas no pulso esquerdo e admirou sua tez tão branca e transparente, seu orgulho mais fútil depois de pensar que é a única com humor tão variado em um dia qualquer. Após tropeçar na calçada, de novo, lembra que não é tão invencível assim e que sua carapaça está para se quebrar diante de todos, sem que ela consiga descobrir onde começam as rachaduras. Sente o frio do medo. Reconhece seu fracasso determinado a tantos anos e admira o coração trancado a sete chaves pois sabe que, se alguém o tocá-lo, também pode destruí-lo.
“When you lose small mind,
You free your life” – Aerials – System Of A Down.
Boa Noite!
23 nov 2009 Deixe um comentário
em aleatório, eu, raiva, vestibulinho
Esgota. Nos faz engolir seco. Treme as minhas mãos e pernas. Esquenta as palmas e orelhas. Nos faz ter tiques momentâneos. Qualquer válvula de escape é válida. Fechar os olhos por 2 segundos alivia, mas não é suficiente. Tudo parece difuso e você não consegue focar nem ao que está na sua frente. Perco a respiração. Perco o controle. Parecem todos estarem olhando para nós, como se fôssemos diferenciados. Olhares nervosos se trocam rapidamente e nos fazem vermelhos nas bochechas. O coração bate mais forte, apesar da falta de ar nos pulmões. E, ás vezes, eu preciso parar e olhar para o nada, apenas para contemplar o simples e belo nada.
Isso era pra ser um ensaio sobre o que eu senti enquanto fazia a prova da FUVEST hoje de tarde. Mas se misturou com outras sensações. Raiva e paixão tão próximas assim? Estou com raiva de mim mesma porque não fui muito bem na FUVEST. E só uma paixão minha podia me dar essas sensações acima de maneira positiva. Aliás…acho que pode ser mais que paixão.
(sim, estou gay e com vontade de transparecer tudo, há!)
“What’s happening to me
I’m dying from the inside
Body hurts too much to feel
And pressure adds to pain” – Deliver Us From Evil – Bullet For My Valentine.
Boa Noite!
Caminho de pedra.
01 nov 2009 Deixe um comentário
Anda com a maquiagem ainda imperfeita, mas só se reconhece o traço errado de perto. Prefere mostrar as pernas e a nuca nuas, apesar de olhar feio os homens de meia-idade que comentam da brancura dos membros inferiores.
Gosta de piscar e olhar pra cima, como cena de filme, assim, pode parecer interessante para quem lhe olha com cautela. Com o mesmo propósito, coloca a mão na boca para pensar e olha com visão periférica quem, por um acaso, achou isso de destaque na moça.
Através de mensagens de falsas atrações, ela nem se preocupa, na verdade, em verificar se isso pode ser durável ou não. O objetivo é observar as reações, mas não vivenciá-las, muito menos ter elas por perto durante muito tempo. Abraça a solidão como quem come com fome um prato feito em casa, mas querendo que fosse almoçar fora.
Não sabe se é preguiça. Não sabe se é falta de jeito ou má-impressão que causa sem querer. Não sabe se é azar. Ou se é porque nasceu para ser mais uma mulher revolucionária que se dedica em mostrar ao mundo que ela existe do que conseguir enlaçar aquele que talvez a satisfaça emocionalmente, fisicamente e intelectualmente.
Ela, que se sente diferente, quer o diferente para seus abraços. E todos parecem tão iguais, não importa aonde estejam, quem sejam, quando sejam…Todos iguais.
Isso irrita tanto.
“Nothing will hold,
Nothing will fit,
Into the cold,
No smile on your lips,
Living in the ice age.” – Living in the ice age – Joy Division
Boa Noite!
Evolução
28 set 2009 Deixe um comentário
Bom, depois de taaanto tempo, eu venho postar sem coisas tristes pra dizer. Mesmo porque, tanto quanto a felicidade excessiva, a tristeza também cansa. Então estou arranjando meus meio-termos.