Reclamona

Pois é. Andei passando por poucas e boas esse último mês e acabei não falando nada de nada. Estou ocupada com a faculdade e, pra variar, tentando me fechar e não vendo necessidade em falar as coisas em alto e bom som. Mas pra ser sincera, há vezes em que você precisa apelar para as indiretas-diretas para passar uma informação.

Eu quero deixar claro uma coisa antes: este blog é uma pura demonstração minha de egoísmo. Eu escrevo por mim e para mim, deixando isso público. Eu escrevo o que eu quiser. Esta é minha cabeça e eu tenho o direito de deixar gravado (ou não) o que passa por ela.
Vou falar de uma coisa que eu realmente acredito: liberalismo. Um cidadão, quando quer, pode muito bem mudar sua vida, sem a ajuda de qualquer coisa. Se ele teve uma ajuda, ou foi coincidência, ou foi sorte. Podemos pensar assim. Mas a verdade é: quando você realmente QUER mudar algo. Quando você quer ganhar mais, quando você quer ir para um show, quando você quer mudar de vida, quando você quer que seu relacionamento melhore. Quando você quer QUALQUER COISA, realmente quer. Você consegue.
Vou dar 3 exemplos muito grandes da minah vida para isso:
-Eu queria muito, muito mesmo ir no show do Linkin Park (é besta, eu sei. xP) quando eles vieram em 2004~2005. Mas eu não tinha dinheiro. Estava passando por uma época difícil financeira. Eu queria tanto, tanto, tanto. Que uns 3 dias antes do show, um dos meus tios ligou e disse que queria ir na arquibancada ver os caras, mas não tinha companhia (detalhe, ele só conhecia a banda por causa da música da novela). Então ele me chamou, pagou tudo e tudo mais. Foi um dos dias mais legais da minha vida.
-Poucos anos depois, eu queria absurdamente entrar no Einsten: escola em que eu me formei do ensino médio. A nota de corte era 27. Eu tinha feito 30. Mas faltava 2 pessoas na lista para sair e eu conseguir entrar em alguma sala. Fui em todos os dias de todas as chamadas. Não consegui a vaga. Tive que ficar uma semana na escola particular por conta disso. Até que o cara que trabalhava lá (conhecia meu irmão, afinal ele também estudou lá) e tinha anotado meu número de telefone e ligou 1 semana antes de começar as aulas do Einstein. Ele me garantiu a vaga. Consegui entrar no colégio que eu tanto queria.
-Meu quarto. Depois que meu irmão faleceu, é que eu finalmente tive meu quarto. Ele ainda não está de todo completo. Falta colocar vidro nas janelas, o batente da porta e um armário pra que eu finalmente tenha liberdade dentro dele. Mas, depois de tantos anos. TANTOS ANOS, eu, meus pais e meu irmão temos privacidade. Podemos nos trancar em nossos quartos. Podemos arrumar e desarrumar o nosso canto. Claro que não foi fácil. Teve que pintar as paredes, mudar as coisas. Mas isso, sinceramente, não é nada depois que você vê as coisas funcionando.
Quem quer, consegue.
Quem quer mudar o país, também consegue (lembrando que hoje é dia de voto).
O que eu quero agora, de verdade:
-Economizar dinheiro para colocar vidro nas janelas (por volta de R$200,00);
-Economizar dinheiro para arrancar a escada podre que eu não sei como, ainda aguenta nosso peso e abrir a porta da sala (por volta de R$600,00);
-Tirar notas boas em todos os projetos da faculdade;
-Arranjar um emprego;
-Tirar a carta;
-Sair de casa e morar sozinha.
Prefiro ficar sem sair, sem gastar com nada de luxo, sem TV à cabo, sem ir ao cinema, sem comer um salgadinho que seja por 3 meses do que continuar assim.
Qualquer reclamação: clique em “comentários”.

Pessoas…

Ontem um cara da empresa de eventos da minha formatura (que foi em 2008) veio me oferecer o álbum de fotos tiradas durante a festa. Eu não aceitei. E ele foi mal-educado.
Fui sábado na bienal do livro com meu namorado e quase tivemos uma crise se stress porque simplesmente havia gente sem noção de trânsito de pessoas ou de educação.
Toda vez que vou pra faculdade há algum indivíduo que usa o celular tocador de mp3 com o volume no último e músicas que, independentemente do estilo que seja, irrita pelo simples fato de estar tocando.
Outro dia, também no ônibus, um grupo de jovens religiosos entrou e começou a cantar em volume alto músicas sobre Deus.
Antes julgava as pessoas erradas de atos hediondos para com a minha pessoa. Mas depois reparei que aqueles que se diziam ao meu lado é que realmente eram dignos de pena, porque de carinho, não mais.

Talvez eu esteja de saco-cheio de pessoas de espírito sujo perto de mim. Talvez eu tenha simplesmente pego alguma frescura maldita. Talvez eu tenha decidido reparar e não aguentar mais. Talvez eu esteja me achando superior e julgando os outros.

Vou fazer 19 anos dia 30. Quero começar a trabalhar em breve. Quero ter notas altas na faculdade. Quero meu namorado ao meu lado. Quero meus amigos sempre por perto também. Quero a saúde da minha família. Quero poder entender porque os outros simplesmente têm de ser tão egoístas, idiotas, sujos e irritantes. Quero acreditar na democracia.
Será?

Hell Copa

Esse maldito clima de copa, com todo esse verde e amarelo por todo canto me deixou enjoada no ônibus. O que me fez pensar que, ao menos uma vez, uma única vez, eu tenho que soltar a língua e falar o que me deixa brava (ou não). Porque segurar tudo em nome do bem maior não me parece mais são.

Torcedores fanáticos e burros: vão tomar no cu.
Idiotas da faculdade: parem de ser idiotas e achar que o mundo gira em torno da porra da internet e da faculdade.
Rodrigo: você é um asshole controlador e carente porque não sabe fazer amigos.
Amanda: eu amo você, querida. Agora delete a dramática da Manu e a controladora da Jess da sua vida. Elas não valem nem um fio de cabelo seu.
Nietzsche: pare de me morder.
Marcelo: a única vez que eu pedi seu colo, você pediu um tempo no namoro. Implorou pra eu não te deixar, mas você me deixou. Adoraria explicações….Mas na verdade, foda-se.
Mateus: eu te amo, querido.
Kim: como está você?
Lucas, Renan, Patrick e Allan: sinto saudades.
Pai e mãe: eu também amo vocês.
Gordo: você é gordo, mas eu também te amo.
Vadias do shopping: aposto que são amigas das vadias da minha sala, então, bem…baranga é a mãe de vocês.

E eu vou me aliviar assim que der um “publicar postagem”.
Vou ver o jogo.
Coréia vai ganhar de 2 a 0.
E se não ganhar, eu espero que esse país pare de dar feriado por causa de uma merda de jogo.
Não foi a educação que eu tive em casa, mas falar palavrão liberta a alma.
ADEUS.
(reclamações via e-mail, twitter, orkut, cara-a-cara. Tanto faz.)

ser ou não ser?

Sabia que os maiores índices de suicídios são em países de alto-padrão, totalmente ‘resolvidos’. É uma coisa tão certa, tão sem problemas, tão FELIZ que as pessoas acabam se enchendo de tanta perfeição e acabam se matando.
Fundo do poço: viciante. Distorcer a realidade, fazer drama, achar esse mundo todo insuficiente é natural de um ser humano? Aliás, é natural de uma garota alá seus 18 anos, com faculdade nas costas, namorando, família em ordem, financeiramente estável e amigos por perto ainda querer procurar qualquer tipo de coisa ‘errada’ em sua vida? Por que eu ainda quero coisas (ou pessoas) que me machucam por perto?
Tudo errado, tudo ao contrário.
Não é mais uma questão de liberdade. É uma questão de alívio. Toda essa cobrança de ser feliz, toda essa cobrança de parecer bem porque está tudo bem me sufoca.
Deus! Como é difícil esquecer. Será que o isolamento é a solução? E olha só, parece que estou tentando te copiar. Mas parece agora que estou vendo o seu lado e, por instinto, seguindo o mesmo caminho. Odeio o fato de sermos parecidos e nem podermos falar sobre. Por que tem que ser assim? Parece uma questão de adolescentizinha em crise, mas e daí?! Que seja! Me deixa ser o que for. Mas por que eu tenho que ficar seguindo tudo isso? Por que parece que estou vivendo por outrém senão eu?
Por que parece tão insuficiente?
Por que eu ainda sinto tanta falta?

Aperte os olhos e vai.

“-Se eu cair, você me segura?
-Claro, vic. Eu te amo e tô aqui pra isso”

“Você me estressa”

“Você insistiu em apertar na mesma tecla, mesmo erro.”

“Não seja burra”

“Você sempre foi ingênua, victória. Sempre acreditou nas pessoas de maneira errada.”

“Eu sou sua puta e você é meu puto”

“Anjo com malícia.”

“Você seria ridícula se aguentasse mais um pouco.”

“Você não sabe cuidar de si mesma. Nunca vai tomar juízo.”

Passado. Consome as estranhas, sobe pelo esôfago, atinge o olhar em cheio e meu cérebro vê tudo invertido. Tudo igual. Mesma situação, mesmo erro, porém, com mais frieza. Me mostre a diferença, se é que ela existe. E se ela me é insuficiente, vou matar o que impregna minhas roupas e não me deixa dormir à noite.

“Over each mistakes were made, I took the blame
Directionless, so plain to see
A loaded gun won’t set you free, so you say” – New Dawn Fades – Joy Division.
Boa Noite!

Mudar e irreconhecer.


É notável a minha mudança de postura quando estou confortável e quando estou impaciente com algo. Não consigo transparecer isso nas fotos. Sempre as olho e penso “que cara de cansada”. 2009 foi um ano, no mínimo, cansativo. Contabilizando os positivos e negativos, até que me dei bem por muito pouco.
Mas ainda estranho certas coisas. Ainda não acredito que meu irmão faleceu. Na praia eu podia sentir a felicidade dele do meu lado por estarmos perto do mar. Podia ouví-lo brincando com meus primos na piscina.
Assim como ainda me estranho no espelho e ver que a mesma garota que fez da sua vida um inferno moral agora tem um futuro reservado na faculdade, um homem ao seu lado, uma família mais compreensiva e próxima, além de amigos mais reais. Parece que não sou merecedora dessa vida. Ou sou? A determinação que tive para cometer erros é a mesma para que, apesar da minha relutância, eu tenha uma vida normal? Me surpreende que agora pra mim tanto faz. Que finalmente eu cheguei à minha liberdade de falar “poxa, foda-se se eu estou sendo meio igual ao esperado. Estou feliz assim!”. Do mesmo jeito que pensava ao fazer meus egoísmos no ano passado.
E mesmo que eu tenha visto tanta coisa, ainda parece que não aprendi tanto assim. Parece que isso não preencheu o meu eu. Eu me sinto mais completa, não nego. Porém, olho algumas pessoas e me pergunto se não estou perdendo nada. Ou se é algo que eu simplesmente já vi e não me lembro. Assim como vejo certos fantasmas em algumas pessoas que conheço e me amedronto, me afasto. Eu já fui mais aberta, mais tolerante. Agora simplesmente ignoro.
No que estou me tornando afinal?
Antes reconhecia meu rosto estampado em cada parte melancólica de uma frase ou imagem. Agora parece que ele se foi, se perdeu em frases clichês da qual reluto em afirmar que fazem parte de mim.
Eu não me dou com as pessoas de um jeito normal. Não amo de um jeito natural. Não odeio de um jeito plausível. Não sofro e não me vejo feliz como todos se vêem. Destas coisas eu tenho certeza. Então por que eu ainda bato a minha cabeça perguntando o que há de errado? Simplesmente tem de estar de errado. Do contrário, não me é real.

“E não sei se sigo ou desisto…
E grito só, entre os surdos” – Quando o Veneno Sobe a Lança – Dance Of Days.
Boa Noite!

Aperto

Eu consigo ouvir as risadas, as broncas, os comentários no meio dos filmes. Ele reclamando do barulho enquanto eu lavava a louça e ele ficava esticado no sofá vendo TV e comendo alguma besteira. Ou ele me acordando de manhã pra saber se pode pegar meu mp3.
Acho estranho quando pegam no meu braço e não é ele. Pra qualquer camisa social, qualquer cinto e sapato de bico quadrado masculino, eu lembro de uma situação. Para cada saia, vestido curto ou blusa decotada que eu olho, penso no que ele ia falar. Cada garoto que passa pela minha vida, seja de forma breve, seja amigo de longa data, ele sempre, sempre tirou onda deles.
Eu nunca o abracei muito. E nem o beijei no rosto muito. E acho que nunca disse que o amava. Ao contrário, em várias brigas já disse o que não devia.
Adorava quando ele me fazia rir ou se juntava a mim para tirar sarro do nosso irmão do meio. E quando ele tinha medo de se aproximar de mim quando estava triste ou nervosa. Quando ele perguntava quem era o cara que eu estava falando tanto.
Eu sinto falta dele todo dia. Todo dia.
De quando trocávamos de canal e estava passando “11 Homens e um segredo” (ou suas continuações), “Patch Adams” ou qualquer outro filme que gostávamos. De como ele queria se parecer com a personagem do Brad Pitt na série “11 Homens e Um Segredo”, porque ele usava terno, tinha uma tattoo linda no braço e passava o dia inteiro comendo besteiras, além de cuidar de hotéis e roubar cassinos. Era a pose que ele adorava vestir.

Já fazem 5 meses. É estranho porque me bate um aperto em dias que nada lembram a morte dele. Eu sei que agora ele está bem. Está me boas mãos.
E eu tenho que ficar bem, porque, afinal, a vida continua. É uma pena que a saudade que sinto por ele eu só possa matar daqui muito tempo ainda…

Ato repetido

Quando eu choro, minha boca fica inchada, a maçã do rosto rosada, meu nariz e meus olhos vermelhos.

Quando eu choro, ninguém chega perto de mim. Eu prefiro usar este verbo sozinha, sendo assim, me esforço para fazê-lo em silêncio.
Quando eu choro, eu me forço, me esguelo até sair o máximo de lágrimas. Não gosto de ficar chorando de forma “picada”. Se for sofrer, sofra ao máximo e depois, tenha o alívio por um tempo inteiro.
Quando eu choro, eu vou ao banheiro, tranco a porta, me derramo em lágrimas e depois me encaro no espelho. Me olho até meu rosto se tornar um borrão cor-de-pele e eu sempre chegar à conclusão de que não sei quem eu sou.
Quando eu choro, eu libero a parte mais sensível que há por dentro, libero aquilo que não permito ninguém ver. Libero o que sou, mas não consigo enxergar.
Quando eu choro, me permito ser carente, me permito ser mulher, me permito ser humana, me permito ser uma garota normal que espera todo dia que este seja um dia diferente, e, no final das contas, em 2 anos ela nem se lembra.
Quando eu choro, quero ser aconchegada, quero que alguém de repente identifique os suspiros pesados e venha me acolher, venha mexer no cabelo na minha testa, venha me olhar com olhos curiosos que querem saber quem é esta moça de boca avermelhada e de expressão caída.
Quando eu choro…O mundo poderia cair que não ia fazer a mínima diferença.
Estranhamente, o mundo poderia cair que não ia fazer a mínima diferença se você simplesmente estivesse aqui, do meu lado, me fazendo chorar…
De felicidade.
TPM, saca.
“In the memory you’ll find me

Eyes burning up
The darkness holding me tightly
Until the sun rises up” – Forgotten – Linkin Park

Boa Noite!

Desabafo sem fundamento.

Bate a baixo-estima. Diria que puxam minha energia, mas não gosto de culpar os outros. Gosto da minha solidão e da quietude. Tudo no lugar, tudo dentro do planejado. Meu lado virginiano transparece.

Parte de mim se esvai com os passos das pessoas nas ruas enquanto dou tchau aos parentes que acabam de sair. Ainda sinto os ombros pesados e a mandíbula contraída pelo estresse não intencional. E eu posso mergulhar no meu vazio banal.
Afinal, em que ira eu me transformo? A minha luxúria e minha gula não deixam clara a minha ânsia por cuidados, meu querido? Ou é essa transparência que o assusta? Não o quero muito perto. Isso vai me fazer quem você realmente é e o que eu observo já me basta.

Sua típica arrogância ainda me envergonha. Só que no final você passa por cima desse meu rosto rosado e eu aprecio a bela paisagem que se forma sem você no quadro.

São 00:41 de uma madrugada de domingo para a segunda-feira 14 de setembro de 2009.
Eu estou com sono. E acho que estou em crise de novo. Não sei justificar isso exatamente.

Boa Noite!

Memória?

Hoje tive a felicidade de sonhar com o Allan. Era de manhã e não tinha ninguém em casa a não ser eu. Então, não se te dizer se eu acordei gritando, se eu acordei apenas, se estava sorrindo enquanto dormia. Mas posso descrever mais ou menos como foi o tal sonho.

Era de manhã (umas 6:30), no horário que eu pegava ônibus para ir pro Médio. Como estava atrasada (já estava no ponto de ônibus), eu subi em uma perua que ia pro terminal, assim teria mais condução pra chegar no colégio. 
Logo que entrei na perua, eu vi meu irmão ao fundo. Eu não parava de sorrir. Estava muito encantada com isso e gritei “KIM”. Todos da perua olharam pra mim, mas ignorei e fui direto falar com ele. Ele sorria. Estava com seu paletó de veludo que sempre gostou e uma camisa listrada, branca e verde, bem do jeito que ele gostava de se vestir. Não me lembro que calça estava usando, estava mais concentrada em olhar pra ele. 
Ele disse uma hora “Desce que depois eu te ligo”. Eu ignorei. Não lembro o que tinha dito a ele. Mas lembro que não estava acreditando, por isso, afaguei as costas dos dedos da mão direita em seu rosto. Eu SENTI a pele dele. Eu SEI que senti. Depois disso, ouve mais uns sorrisos e acordei. 
Entrei numa crise de choro, lógico. É uma coisa muito repressora você no fundo querer acreditar que uma pessoa que já se foi esteja viva, que tudo aquilo é uma maldita conspiração. Mas, não é. 
Sonhar que encontrei meu irmão numa perua, num sonho tão real, me fez acreditar que de fato era uma conspiração e tudo o mais. Acordar e sentir a frustração de que era só um sonho faz qualquer um ir abaixo. 
Ainda estou meio em choque, sei lá. Não quero ver gente conhecida hoje. Não quero ficar aguentando a futilidade das pessoas, os problemas delas. Isso me irrita. Quero só ficar ou em casa ou perto da minha mãe, sei lá. 
Depois de uma morte tão próxima e de uma pessoa tãoo querida, você perde a noção do que realmente é importante. Todo tipo de tristeza se torna banal. E isto se torna a única ferida pulsante que ninguém, NINGUÉM, a não ser nós mesmos pode mexer. 

A pele dele estava muito macia. 
*suspiro*

“Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?” – Wish You Were Here – Pink Floyd.
Boa Noite!

Nova era.

Meus 18 anos foram chegando e eu nem os senti chegar direito. Hoje de manhã uma moça ao telefone me perguntou a idade e confesso que travei um pouco para responder.
Mas, afinal, o que este registro de anos de vida realmente representa para mim? Independência, no mínimo! Definição de alguns passos futuros, como faculdade e/ou emprego, ou quem sabe, viajar. Não sei exatamente o que quero ainda. Mas é um começo saber o que não quero.

(agora começa o meu lado de desabafo raivoso, haha)

O que não quero é ter de continuar andando com pessoas de mentes fechadas ao meu redor. Como disse uma vez: “Sou deslocada entre os deslocadas. Seria eu tão abstrata assim?”. Não estou dizendo que não me adapto ao meio. Isso é uma necessidade humana quase básica de sobrevivência. Menciono o fato de que, por pura conveniência (profissional, no final das contas), eu evito dizer minhas reais opniões sobre as coisas. Talvez isso soe prepotente ou covarde, mas é meio que uma mão lava a outra. Além do que, isso é uma forma de eu me aproximar dos outros por interesse (técnica de guerra ou de comerciante, talvez) e valorizar os que realmente importam com a mostra do minha expressão real.
Enfim, descubro que não sou a única a pensar certas coisas. Desse modo, posso me encaixar em algum lugar, afinal.

Eu pretendia continuar este loooongo discurso. Mas estou com sono, haha. O técnico de volta está tirando minhas energias. No final de semana é provável que eu vá para praia e volte na segunda de feriado. Estou conseguindo parar de roer a unha, ler 3 livros ao mesmo tempo e me dedicar ao técnico. Tenho projetos em mente. Quem sabe, eles vêm à tona.

“And I’ll come, back soon just like you would
It’s useless, my name has made the list
And I wish, I gave you one last kiss” – Not Now – Blink 182
Boa Noite!

sumindo e assumindo.

Bom, desde a morte do meu irmão, como se já fosse de se esperar, cada um aqui em casa meio que reavaliou seus conceitos (mesmo que em segredo). Como vemos a vida? Como lhe damos com nossas decisões corriqueiras? Como tratamos com quem amamos? Ou ainda e, principalmente, o que realmente devemos levar desta vida, o que devemos VIVER de fato para nos declararmos, enfim, no mínimo dignos de uma morte feliz?
Ao menos são as estas questões batem na minha cabeça.
Digo, não deixei de sair, nem de falar besteira, menos ainda de analisar as pessoas em secreto. Suas ações e reações. Tentar entedê-las. E como me dou com elas. Além de que, por mais que devesse, não, eu não peguei pesado no técnico, nem sequer mexi nos meus planos futuros[talvez por falta de cabeça para]. Acho que, por mais que trabalhar, estudar e “fazer parte da sociedade” me faça crescer, não vejo como peça fundamental.
Ultimamente tenho vontade de ficar perto da minha família, amigos, colegas, percebê-los e ser percebida por eles. Do que adianta eles estarem do meu lado se eu não sei como me aproximar deles. Dispenso preocupações comigo. Sério. Muitas atitudes minhas, sem querer, se fizeram mudar por conta da morte do Allan. Digo, se ele estivesse aqui, eu tenho certeza de que iria reagir de forma diferente perante certas situações. Iria reagir de uma maneira idiota…Burra até. E agora, vejo como tenho que ser madura, aliás, como a morte do Allan me amadureceu e me fez pensar “hey, é bom você se cuidar e não dar problemas. É dor demais pra aguentar mais preocupações desncessárias de uma adolescente teimosa“.
Sei que esse pensamento levaria a maioria das pessoas a pensar no colégio, trabalho, enfim…
Mas, do fundo, eu não me vejo nesse meio. Ou tenha que dar mais a cara a tapa para perceber a importância. Aliás, re-perceber esta importância.

Eu vou parar de falar estas questões bobas. Sinto que não mudei esse meu lado de tentar passar uma pseudo-intelectualidade através do blog. Há….Inútil.

E pra variar, eu nem mesmo consegui me livrar das questões banais que tenho com os garotos. Por que essa maldita raça tem tanta influência sobre mim?

“Toll due bad dream come true
I lie dead gone under red sky” – Them Bones – Alice In Chains.
Boa Noite!

crises existenciais, como sempre

Hoje terminei o dia vendo “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” que estava passando na TV. Esse filme antes era um dos meus favoritos. Como toda adolescente, me identificava com a protagonista do longa. Principalmente no fato de ter medo de relacionamentos e também por me dedicar a ajudar os outros sem pensar em mim.
Mas veja bem o verbo: IDENTIFICAVA. Agora me parece um algo distante do que já fui. Ou tento buscar na minha raiz.
Logicamente, não dá pra comparar um filme à vida real. Filmes sempre acabam bem e é isso aí. A vida, bom, termina na morte que, de certa forma, chega até a ser bonita e romântica. “Passar dessa pra melhor”. Isso pode ser melhor que os créditos.
Não estou aqui pra falar da morte, na verdade.
Estou meio que pra desabafar, de novo, como ás vezes eu me sinto deslocada. Esse maldito orgulho me faz querer diferenciada ao invés de tentar me juntar à massa. Será ego mesmo?
O que estou buscando? Liberdade, mas ainda mantendo minhas virtudes, que agora não são tantas. Não sou a aluna mais dedicada da sala, não sou a filha comportada, não sou mais a sóbria que carrega os amigos [ao contrário, eles que me carregam], não nego a companhia de um homem por uma noite, não ligo se ele não vai me procurar depois, aliás, acho mais fácil se rolar algo hoje e ele nunca mais aparecer na minha frente.
Pra quem antes achava que transar mesmo só depois de 5 meses de namoro, eu virei um completo avesso do que já fui.
E quando me vem essas lembranças…Do que já fui…De como meus pais ainda me vêem, uma garota pura, decidida, que esteja apenas passando por uma fase [não descarto a idéia de], me sinto triste. Como se tivesse traído a minha mesma, talvez. Não bem isso. Sinto raiva…Porque nem como era antes e nem como sou hoje achei algo ou alguém pelo que realmente pudesse morrer, sem que isto ou este tenha me decepcionado de alguma forma.

Para uma postagem à 00:35 de uma segunda-feira, a única coisa que me falta é uma taça de vinho e um cara assistindo um filme no sofá, me esperando sentar ao lado dele para ele me acariciar os cabelos.

Tá, Victória…Vai sonhando.

“Like the coldest winter will
Heaven beside you… Hell within
And you think you have it still
Heaven inside you”
– Heaven Beside You – Alice In Chains.
Boa Noite!

Sumida

Eu peço desculpas pela minha ausência. Muitos trabalhos, muitos rolês com o pessoal, mas principalmente, trabalhos.
Eu ando ausente com todos. Amigos, família, ausente de tudo. Parece que eu tô cercada por um vidro invisível e nada do que acontece ao meu redor parece me atingir. Seja bom ou ruim.
Eu..me sinto sozinha. Presa e livre demais ao mesmo tempo. Os dias passam e eu esqueço. Eu tô existindo, não vivendo. E não consigo sair dessa. EU NÃO SEI O QUE FAZER PRA SAIR DESSA.

Juro que achava que era questão de crise adolescente feminina, entende?
De olhar pros meus amigos e perceber que estão todos felizes com suas namoradas e tudo. E, que mesmo aqueles sozinhos, guardam a dor da paixão por alguém.
E isso os completa.
Daí pensei “basta eu me apaixonar por alguém e esse alguém se apaixonar por mim”.
Tão besta.
Eu sinto a falta SIM de alguém me abraçando quando tá frio. De alguém com o braço no meu ombro só pra demonstrar “posse”. De alguém em quem pensar. De ter que me preocupar com o que dizer pro meu pai porque eu vou trazer um cara estranho pra casa e apresentá-lo como parte importante da minha vida. Eu sinto falta de me dedicar à alguém ou por alguém e saber que é recípocro. Eu sinto falta de um homem na minha vida.
Mas ao lado dele eu sei que vou me sentir presa, almejando uma liberdade inexistente. Ou talvez enjôe dele. Ou, como facilmente acontece, ele enjôe de mim.
Não vou negar tal realidade. Eu sei que sou uma pessoa totalmente carente de atenção. E quando alguém oferece de fato, eu agarro com todas as forças. Talvez agora nem tanto, por conta de ver meu passado com melhor análise e poder medir meus passos com mais precisão pelo menos.
Sinto falta de pensar em alguém. De ter um motivo.

Eu estou sozinha porque escolhi estar sozinha.
Eu estou “fora” por foi assim que quis. Tudo tão racional, tão frio.

Minha cabeça dói.

Sem controle, de novo.

É. Sem controle sobre as emoções dela, de novo. Fica um sobe e desce de humor tão constante quanto um elevador [rima tosca, veja bem]. Um tal de se esconder no banheiro e encarar a porta que mal reflete seu corpo, respirar de forma ofegante, só pra lembrar que está vivendo.
Quando paro para refletir, soa como covardia, até mesmo, perda de tempo. Dispensável, inútil, ridículo. Mas infelizmente, é minha única maneira de liberar esse aperto que aparece e some como uma agulhada, tão ardida ás vezes.
Corrói. Um câncer de 15 minutos.

Agora só me resta parar, sentar e observar. Fazer algo não me parece mais ter sentido. É só seguir. Curtir o que tiver que curtir, sorrir quando for para sorrir, entristecer quando for para entristecer, se entediar, enfim, nessa coisa tão comum.
Do que estou reclamando exatamente? Já faz uns dois meses eu ainda estava sofrendo por um cara idiota, que agora me irrita as atitudes que antes me faziam sorrir de fato.
Eu quero outra paixão, é isso?
Não. É um algo mais. Não quero abrir mão da minha liberdade conquistada, antes tão almejada, por um merda qualquer. Como diz meu amigo, não vejo mais o final da estrada. No começo da corrida, não dá pra se ver a linha de chegada.

Enquanto nada aparece, aguardo de forma entorpercida. Sei que são dias esquecíveis [por exceção das festas, rolês, enfim]. Ao menos sei que não é um ciclo. Seria ridículo se o tornasse concreto.

“But no-one else can see.
The preservation of the martyr in me.” – Psychosocial – Slipknot.

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