Reclamona

Pois é. Andei passando por poucas e boas esse último mês e acabei não falando nada de nada. Estou ocupada com a faculdade e, pra variar, tentando me fechar e não vendo necessidade em falar as coisas em alto e bom som. Mas pra ser sincera, há vezes em que você precisa apelar para as indiretas-diretas para passar uma informação.

Eu quero deixar claro uma coisa antes: este blog é uma pura demonstração minha de egoísmo. Eu escrevo por mim e para mim, deixando isso público. Eu escrevo o que eu quiser. Esta é minha cabeça e eu tenho o direito de deixar gravado (ou não) o que passa por ela.
Vou falar de uma coisa que eu realmente acredito: liberalismo. Um cidadão, quando quer, pode muito bem mudar sua vida, sem a ajuda de qualquer coisa. Se ele teve uma ajuda, ou foi coincidência, ou foi sorte. Podemos pensar assim. Mas a verdade é: quando você realmente QUER mudar algo. Quando você quer ganhar mais, quando você quer ir para um show, quando você quer mudar de vida, quando você quer que seu relacionamento melhore. Quando você quer QUALQUER COISA, realmente quer. Você consegue.
Vou dar 3 exemplos muito grandes da minah vida para isso:
-Eu queria muito, muito mesmo ir no show do Linkin Park (é besta, eu sei. xP) quando eles vieram em 2004~2005. Mas eu não tinha dinheiro. Estava passando por uma época difícil financeira. Eu queria tanto, tanto, tanto. Que uns 3 dias antes do show, um dos meus tios ligou e disse que queria ir na arquibancada ver os caras, mas não tinha companhia (detalhe, ele só conhecia a banda por causa da música da novela). Então ele me chamou, pagou tudo e tudo mais. Foi um dos dias mais legais da minha vida.
-Poucos anos depois, eu queria absurdamente entrar no Einsten: escola em que eu me formei do ensino médio. A nota de corte era 27. Eu tinha feito 30. Mas faltava 2 pessoas na lista para sair e eu conseguir entrar em alguma sala. Fui em todos os dias de todas as chamadas. Não consegui a vaga. Tive que ficar uma semana na escola particular por conta disso. Até que o cara que trabalhava lá (conhecia meu irmão, afinal ele também estudou lá) e tinha anotado meu número de telefone e ligou 1 semana antes de começar as aulas do Einstein. Ele me garantiu a vaga. Consegui entrar no colégio que eu tanto queria.
-Meu quarto. Depois que meu irmão faleceu, é que eu finalmente tive meu quarto. Ele ainda não está de todo completo. Falta colocar vidro nas janelas, o batente da porta e um armário pra que eu finalmente tenha liberdade dentro dele. Mas, depois de tantos anos. TANTOS ANOS, eu, meus pais e meu irmão temos privacidade. Podemos nos trancar em nossos quartos. Podemos arrumar e desarrumar o nosso canto. Claro que não foi fácil. Teve que pintar as paredes, mudar as coisas. Mas isso, sinceramente, não é nada depois que você vê as coisas funcionando.
Quem quer, consegue.
Quem quer mudar o país, também consegue (lembrando que hoje é dia de voto).
O que eu quero agora, de verdade:
-Economizar dinheiro para colocar vidro nas janelas (por volta de R$200,00);
-Economizar dinheiro para arrancar a escada podre que eu não sei como, ainda aguenta nosso peso e abrir a porta da sala (por volta de R$600,00);
-Tirar notas boas em todos os projetos da faculdade;
-Arranjar um emprego;
-Tirar a carta;
-Sair de casa e morar sozinha.
Prefiro ficar sem sair, sem gastar com nada de luxo, sem TV à cabo, sem ir ao cinema, sem comer um salgadinho que seja por 3 meses do que continuar assim.
Qualquer reclamação: clique em “comentários”.

Pessoas…

Ontem um cara da empresa de eventos da minha formatura (que foi em 2008) veio me oferecer o álbum de fotos tiradas durante a festa. Eu não aceitei. E ele foi mal-educado.
Fui sábado na bienal do livro com meu namorado e quase tivemos uma crise se stress porque simplesmente havia gente sem noção de trânsito de pessoas ou de educação.
Toda vez que vou pra faculdade há algum indivíduo que usa o celular tocador de mp3 com o volume no último e músicas que, independentemente do estilo que seja, irrita pelo simples fato de estar tocando.
Outro dia, também no ônibus, um grupo de jovens religiosos entrou e começou a cantar em volume alto músicas sobre Deus.
Antes julgava as pessoas erradas de atos hediondos para com a minha pessoa. Mas depois reparei que aqueles que se diziam ao meu lado é que realmente eram dignos de pena, porque de carinho, não mais.

Talvez eu esteja de saco-cheio de pessoas de espírito sujo perto de mim. Talvez eu tenha simplesmente pego alguma frescura maldita. Talvez eu tenha decidido reparar e não aguentar mais. Talvez eu esteja me achando superior e julgando os outros.

Vou fazer 19 anos dia 30. Quero começar a trabalhar em breve. Quero ter notas altas na faculdade. Quero meu namorado ao meu lado. Quero meus amigos sempre por perto também. Quero a saúde da minha família. Quero poder entender porque os outros simplesmente têm de ser tão egoístas, idiotas, sujos e irritantes. Quero acreditar na democracia.
Será?

Fenix

Não, eu não vou bancar a Fenix da X-Men, mesmo porque nenhum espírito ou alien do espaço entrou no meu corpo e eu não posso ler a mente das pessoas. Muito menos mudei totalmente minha personalidade (o lado fake do cinema é absurdo). Eu apenas estou mais completa e ressurgi das cinzas que estava minha vida 3, 4 meses atrás. Não sei bem sobre o que vim falar hoje. Acabei de voltar do Sul com meu namorado. Quarta que vem minhas aulas da faculdade voltam e eu pretendo procurar um emprego o mais rápido possível. Queria fazer academia, mas o tempo talvez me impeça de fazer tal coisa.
Eu sinceramente não tenho mais do que reclamar. Não tenho mais coisas para desabafar e tornar esse blog ainda vivo em nossa vasta rede da internet. Por enquanto, talvez.
Acho que vim aqui para justificar minha ausência. Para dar sinal de vida. Para indicar aos meus leitores (?) que eu não estou morta. Estou apenas bem.

Ah, Gramado e Canela são lindos. Recomendo ir. Ainda mais se você tiver um par romântico para ir junto, nesse frio, é a coisa mais linda de se ver e se sentir.

Um beijão a todos.

“I am milk
I am red hot kitchen
And I am cool
Cool as the deep blue ocean” – Milk – Garbage.
Boa Noite!

Veja bem…

Não digo que foi repentino porque não foi. Só estava esperando a hora certa para mostrar as caras. Teve toda aquela mania de mulher: ter um foco principal em algo, mas manter a visão periférica no que acontece ao redor, afinal, se eu não prestar atenção, posso perder algo muito importante.
E de repente eu percebi algo praticamente explodindo, logo ali do meu lado. Confesso: manti minha pose e fingi que nada estava acontecendo por puro medo e orgulho. É um tanto quanto estranho perceber que os detalhes se encaixam bem demais. E nessa, fui me interessando, refletindo…Uma proposta bem apetitosa.
Olhei ao redor: nada mais parecia me atingir. Parecia tão desafiador, na medida certa. “E se eu me quebrar de novo? E se sua cabeça, pra variar, está idealizando demais em cima de um fato de novo? Não seja tola, outra tonta de novo!”.
Parei e observei. Então aconteceram os sinais. Sabe aqueles sinais de quando, por exemplo, você acha que está grávida e começam a aparecer mil bebês e temas sobre maternidade na sua frente? É, esses sinais vieram, só que de um único canal. Ainda por cima, o canal direto do objeto a ser avaliado.
Pois bem, estás aprovado. Vou levar comigo. Agora, vamos às negociações. Treinei expressões no espelho, diferentes tons de voz, frases diferentes. Mas eu sempre soube que na hora H, não ia fazer nada do que treinei e agir naturalmente de improviso. Por que eu iria me esconder atrás de falas decoradas? Não faz parte de mim isso.
Imprevisto, IMPREVISTO. MEU DEUS, ESTOU NEGOCIANDO ANTES DE AO MENOS COLOCAR UMA ROUPA DECENTE. SUA CHANCE, VICTÓRIA, SUA CHANCE. É AGORA, É AGORA.

A proposta era: me aceitarem como eu sou e me amarem por isso. Porque eu já aceitei e já amava alguém por ele ser como era. Aliás, não só isso, como ficar ao meu lado, mesmo que fosse aos poucos. O que importava era estarem ao meu lado.
É, meus caros compatriotas. Estou namorando. Ele me faz feliz. (x
Felicidade é igual a não ser triste. Sendo que a tristeza é praticamente a base da minha inspiraçaõ pra postar aqui. Mas, olha só, é bom abrir a cabeça (e o coração) para não saírem apenas coisas EMOs, haha. E um pouco de bom-humor vai bem a todos, obrigada.
Quem diria, hein. Pra quem pensava em se matar aos 16, até que estou muito bem.


“Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.” – Condicional – Los Hermanos
Boa Noite!

Protótipo

Características Físicas

Nome: Victória
Idade: 18 anos
1,68m de altura e peso médio de 54kg. Cabelo ruivo, com mechas pretas (tingido) um pouco abaixo do ombro e a nuca raspada com máquina zero. Tez branca. Olhos castanho-escuro e sombrancelhas pretas. Mãos magras e dedos compridos. Busto pequeno-médio. Cintura fina, porém com culotes. Pêlos finos em todo o corpo. Pernas compridas. Mancha de nascença no lado esquerdo do pescoço (algo como um chupão eterno). Três piercings na orelha direita e marca de um piercing na sombrancelha direita. Mulher, enfim.

Características Psicológicas

Sorridente, receptiva, porém, fechada. Tem princípio de borderline. Odeia ouvir pessoas mastigando e a insistência de pessoas com quem ela não fala muito lhe tocarem o braço ou a careca na nuca. Odeia correr atrás das pessoas que não devolvem a preocupação. Odeia sentir-se sozinha, apesar de saber da eterna solidão que lhe assombra. Ama mascar chiclete enquanto ouve música. Ama observar pessoas no transporte público alheio. Odeia a indecisão e a incerteza. É neurótica e mostra-se mulher apenas quando lhe convém. É contraditória em suas atitudes. Fechada, provavelmente nunca falará cara-a-cara seus problemas a não ser que incomodem muito. Odeia quando não lhe deixam em paz nos sábados de descanso. Odeia não ver quem ela ama ver. É fria ao analisar a reação das pessoas e sente-se vulnerável quando alguém lhe é imprevisível. Tem memória forte e prefere guardar fatos em horários e datas do que em lembranças simples. É ansiosa e fica vermelha em momentos que lhe constragem. Emocionalmente é forte, porém insegura. Em suas atitudes é firme e confiante. Teimosa. Calada. Adora comer e dormir, pois acha que comer é preencher o vazio e dormir é esquecê-lo. Odeia pessoas teimosas em seus mundos fechados. Ama o sol de manhã. Ama reconhecer seu raciocínio rápido. Ela se vê indiferente para si mesma. Odeia não saber e a dúvida. E odeia a ausência. Ama o drama quieto que faz. Ama indiretas e piadas internas. Ama levantar o olhar. Ama andar em seu jeito peculiar. Ama sorrir sozinha de coisa pouca. Ama a capacidade de segurar a dor mais aguda em prol de uma saúde no ambiente. E odeia quando ninguém repara seu esforço para fazer qualquer coisa que seja, desde lavar a louça, até provar que está tudo bem. Ama falar de si em 3ª pessoa.

“Still I wish there was somethin’ you would do or say
To try and make me change my mind and stay
We never did too much talkin’ anyway
So don’t think twice, it’s all right” – Don’t Think Twice, It’s All Right – Bob Dylan.
Boa Noite!

Informando. ;~

Oi, BRASIL! Em nome do meu bom humor vim lhes dizer o que anda passando de forma básica na minha reles vida de mulher.
Pois bem, começou a faculdade, ando acordando muito cedo (porque a facul fica longe PRA CARALHO CARAMBA), comendo mal e tendo pouca vida social com quem realmente interesas, além de sentir saudade de tocar bateria. Tudo isso junto têm feito meu humor oscilar muito, o que causa postagens depressivas, visões distorcidas dos fatos e até mesmo, magoando sem querer quem não tem nada a ver com isso. Resumindo: ando um saco. (:
Mas tenho toda a alegria de viver. Tenho amigos maravilhosos (que sinto falta todos os dias), um alguém especial na cabeça e uma família legal que paga minhas contas, haha. Além disso, a faculdade, que tem sido meu foco principal, está melhor do que eu imaginava. Tanto no sentido de que tenho aulas teóricas maravilhosas quanto no sentido de me ver num ambiente novo cheio de pessoas pra estudar e diferentes maneiras pessoais e/ou profissionais de lhe dar com elas. Melhor, só ganhando na loteria, haha.

Cabeça ocupada não nos faz pensar nas dores. Dia 23 fez 9 meses. Talvez eu tivesse um sobrinho agora ou estivesse me preparando pro casamento dele. Mas tudo bem. Eu só sinto a falta e a segurança de que ele está ao meu lado.

“See, the time we shared it was precious to me,
But all the while I was dreaming of revelry.” – Reverly – Kings Of Leon.
Boa Noite!

#prontofalei

Foi sufocante. Olhava a rua, já tão pisada por mim, sem reconhecê-la. Aliás, nem a observava de fato. Meus olhos estavam tentando se abrir para outra coisa. Tentava saber como tirar aquela dor aguda de mim. Não posso te dizer se apertei ou não as mãos, pois não me lembro de ter usado força. A fraqueza e diria que até mesmo, o vazio, percorriam minhas veias e só conseguia me mover porque eram funções automáticas do meu corpo.
Foi quando me pararam. Eu deixava os olhos percorrerem o chão, como se bucasse algo, como se buscasse o que fazer. Era a hora. Eu tinha que falar algo. Tinha que agir. Tinha de transparecer o que se passava por dentro. Me fez parar de tremer de medo ao falar o que achava que estava acontecendo com ele em relação a mim. E então, após abaixar minha cabeça, apertar meus olhos e me encolher em seus braços, eu finalmente consegui sussurar, com muito esforço, o que gritava dentro de mim:
Eu te amo tanto.

E agora eu tenho um namorado que me sussura ao pé do ouvido “eu te amo” antes de se despedir.

“Fica assim, aqui perto,
que o teu cheiro me faz seguro,
teu calor me protege e teu corpo me cura o vazio” – A Dança das Estações – Dance Of Days.
Muito boa noite!

Esgota. Nos faz engolir seco. Treme as minhas mãos e pernas. Esquenta as palmas e orelhas. Nos faz ter tiques momentâneos. Qualquer válvula de escape é válida. Fechar os olhos por 2 segundos alivia, mas não é suficiente. Tudo parece difuso e você não consegue focar nem ao que está na sua frente. Perco a respiração. Perco o controle. Parecem todos estarem olhando para nós, como se fôssemos diferenciados. Olhares nervosos se trocam rapidamente e nos fazem vermelhos nas bochechas. O coração bate mais forte, apesar da falta de ar nos pulmões. E, ás vezes, eu preciso parar e olhar para o nada, apenas para contemplar o simples e belo nada.

Isso era pra ser um ensaio sobre o que eu senti enquanto fazia a prova da FUVEST hoje de tarde. Mas se misturou com outras sensações. Raiva e paixão tão próximas assim? Estou com raiva de mim mesma porque não fui muito bem na FUVEST. E só uma paixão minha podia me dar essas sensações acima de maneira positiva. Aliás…acho que pode ser mais que paixão.
(sim, estou gay e com vontade de transparecer tudo, há!)

“What’s happening to me
I’m dying from the inside
Body hurts too much to feel
And pressure adds to pain” – Deliver Us From Evil – Bullet For My Valentine.
Boa Noite!

Rascunho da declaração

Que fique registrado este tempo. São 4:37 da tarde do dia 15 de novembro de 2009 (feriado da proclamação da República que, infelimente, caiu num domingo). E eu posso começar meu ensaio sobre ele (que poderá ou não ser o único a ser assim).

Você me diz que mergulha de cabeça em todas, enquanto eu só tive lá as minhas algumas. Me olha e me admira tão diretamente para cada visão periférica que mantenho alerta quando você está por perto. Ainda me concentro demais em absorver suas ações que acabo esquecendo de deixar o ar entrar nos meus pulmões. Você ainda me faz deixar todas as lágrimas que eu poderia derrarmar se transformarem no suor que aparecem na nossa pele sem aviso. Eu tremo com todo este calor ao redor de nossos ossos. E você ainda tem a coragem de envenenar meu sangue para que ele flua tão mais livremente e forte pelas minhas veias até chegar no meu rosto e me deixar rubra de novo. Que eu ainda te vejo melhor com os olhos fechados. Ouço melhor quando você não fala nada. E ainda me dou o luxo de ver as veias saltadas de suas mãos e braços, coisa que me faz suspirar e lembrar os apertos que você me dá, sendo estes apertos motivos de minhas risadas tão mais relaxadas. Além do prazer de ver seus olhos bem apertados enquanto respiramos o mesmo ar.
Perceba que agora meu medo não é mais de você, é de mim mesma. E que, apesar de não ser tão explícita e tão espontânea quanto você, não quer dizer que eu não esteja sentindo o mesmo.
Posso te olhar por esta eternidade que dura meus momentos com você? Porque você surgiu, se aproximou e resta um lugar vazio no meu abraço quando fica e eu vou agora.

Exponho minha maior fraqueza, enfim. Quando eu vou, eu vou mesmo. Ignoro ser tachada de romântica extrema. Não é todo dia que me sinto assim, então porque guardar este sorriso aberto? Concluo que somos iguais neste aspecto, pensando na saudade.

“Diz pra mim, o que é que foi,
Quem roubou meu bem querer?
Que hoje é assim,
Tanta dor,
E eu sinto tanta falta de você.” – Com Você Não Vou Ter Medo – Dance Of Days.
Boa Noite!

Tradição momentânea.

Me apego aos fatos. Deles não tiro emoção porque, para mim, todos sabem que assim é melhor. Me agarro com todas as forças, lágrimas, sorrisos desesperados e olhares inocentes que posso lançar. E é fato que ainda vasculho meu passado procurando as respostas do meu futuro. É fato que ainda fecho os olhos para tudo ver. E é fato que eu não deveria fazer isso.
Parece que nos ápices de minha vida, eu me vejo em declínio psicológico. De ano em ano, não mudou muita coisa. Parece tão meticulosamente programado. E já faz tanto tempo.

E esqueço de avisar que gosto de ver os olhares curiosos e medrosos. Fato que sou sádica disfarçada.

“Sou deslocada entre os deslocadas. Seria eu tão abstrata assim?”

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A correria do TCC me deixa com a cabeça com mais vontade de liberar uma raiva e stress de qualquer formiga que passe por minha vida. Só mais um mês…E estarei livre. Estranho é que só na raiva e na tristeza me vejo inspirada. Faça disso uma filosofia e defina que todos os escritores de sucesso são depressivos compulsivos.
E é exatamente por isso que eu prefirro números.

“E é tão ruim pensar
Que não há nada que eu possa fazer
E nada que me afaste de ser assim
E querer provar tudo
E ter respostas a todas as perguntas.” – Antítese – Dance Of Days.
Boa Noite!

Repetição.

Já ouço eles se arrumando antes mesmo dela me chamar
Tória, precisa de dinheiro, filha?
Não, mãe. Tô bem.”
Ela logo se despede enquanto eu olho no despertador vintage preto: 6:30. Horário sempre igual.
Inconsciência.
9:30 exatamente eu acordo, olho no mesmo relógio e penso sempre “mais uma hora pra enrolar na cama. Que maravilha!” Dou uma esticada e fico aproveitando meu momento solitário pra ficar pensando na morte da bezerra e em como meu dia pode ser legal ou terrível ao mesmo tempo.
Inconsciência.
Acordo uns 2 minutos antes do meu celular vibrar e tocar “Wake Up” do Project46.
10:30
Sento na cama, abro o armário e escolho a roupa para usar no colégio. Tento lembrar se posso lavar o cabelo ou se devo esperar mais um dia. Separo a cortina e vejo o céu. Eu realmente adoro quando está nublado, apesar do calor escaldante e não há risco de chover. Um tempo meio raro de acontecer, mas é perfeito para me deixar de bom humor logo de cara (o que também é raro). Sendo assim, pego minhas coisas e vou pro banheiro. No meio do caminho, rapto o rádio e coloco no último volume a Kiss FM (102, 1).
No banho, danço conforme a música, canto tão bem quanto a Sandy e ainda tenho tempo de ficar encarando os peixinhos da cortina de plástico que serve de Box temporário. Desligo o rádio e me encaro terrivelmente no espelho. Faço umas caretas. E me examino para ver se está tudo em ordem. Depois desse ritual, eu começo a me secar e a me aprontar.
Uma vez estando minimamente pronta, desço e tomo meu café até as 11:30 assistindo alguma coisa boba na TV. Geralmente um desenho ou um filme dramático. Dificilmente vou além. Subo e vejo o que quero ver na internet. Se for o caso, prolongo minha estadia na cadeira e faço trabalho. Mas é um ato incomum. Apenas vejo e-mails, redes sociais e blogs interessantes ao meu pseudo-sarcasmo.
12:00, 12:10 eu desligo o PC e começo a me maquiar. Para garotas sem prática, passar o delineador e fazer o look “cat” ainda é meio difícil, mesmo que seja um exercício diário. Encaixo meu tênis, arrumo minha bolsa e logo desço para almoçar (há vezes que troco o almoço pela louça lavada e por um corpo mais magro, psicologicamente falando). Escovo meus dentes e lá me vou em mais um dia no técnico.
13:00.
Subo a rua com a cautela de não olhar nos olhos dos vizinhos quarentões que nada fazem da vida a não ser olhar a rua e beber cerveja. Ligo o mp3 do celular e me abstenho.
Inconsciência.

E aí, às 10 horas e 9 minutos da noite do dia 6 de novembro, eu me pergunto o porquê de estar descrevendo minhas manhãs comuns para vocês de maneira tão aleatória e aberta.
E eu respondo!
Este ensaio de memória serve para eu lembrar como estão as coisas comigo mesma antes de me afogar em trabalhos, vestibulares e possíveis corações flutuando (este último não é certeza. acho que tenho medo de ter certeza. PORRA! Tenho medo de tudo. ¬¬’).
Ok, eu ainda não me entendo por completo. Alguém se entende, aliás?
E, apesar de ser atrasilda às vezes, eu sou viciada em horários perfeitos em todos os lugares.

“Severed myself from my whole life
Cut out the only thing that was right
What If I never saw you again
I’d die right next to you in the end ” – Danger Keep Away – Slipknot.
Boa Noite!

Prazeres.

Assistir dois ou três filmes água-com-açúcar ao mesmo tempo.
Sentir o sol batendo no rosto num dia frio e me esquentar com a luz amarela cegante.
Sentir o rosto corar ao olhar pra alguém bonito e esse alguém retribuir.
Ter um dia produtivo e me sentir últi e organizada.
Ouvir minha mãe dar risada.
Ouvir meus irmãos darem risada.
Competir com alguém de quem estrala mais o que no corpo.
Comer pouco e me sentir mais magra.
Comer muito e me sentir livre.
Lembrar de tudo, mesmo tendo bebido mais que todos.
Ver crianças se divertirem com algo que eu me diverti também.
Sentir os calos das mãos masculinas que posso segurar.
Saber que dormi muito bem ao ver o travesseiro molhado de baba.
Sair do salão de beleza pensando que sofri, mas a-rra-sei.
Dar beijos estalados na bochecha dos amigos.
Dar um abraço forte nos amigos.
Dar um abraço forte nos seus familiares favoritos.
Imaginar como vai ser quando tiver reunião familiar em casa e as crianças correndo pela sala, ao invés de primos, serem filhos e sobrinhos.
O cafuné que minha mãe faz quando estou no sofá.
Tomar banho ouvindo as músicas que tocaram na sua infância e saber cantar junto ainda.
Ficar horas no banheiro, passando todos os cremes e escovando o cabelo várias vezes só para colocar o pijama, pegar uma caixa de chocolate e ver um filme qualquer.
Sorrir sem medo.
Olhar sem medo.
Ter borboletas no meu estômago por alguém e sorrir, pois estas borboletas fazem cócegas.
Fazer caretas no espelho porque me sinto sexy com qualquer expressão.
Ficar sozinha em casa e concluir tudo isso pensando em um texto alegre pra variar.

“Does my mind mean more to you
Cause if I carry on
Deliver us from evil
Screaming for your vanity” – Deliver Us From Evil – Bullet For My Valentine.
Boa noite!

Passado escolar

No começo, eu era apenas uma aluna esforçada. Era uma criança fofinha e lindinha que queria atenção dos professores. Conforme fui crescendo, meu começo de adolescência foi terrível. Eu espichei, me tornei magra demais, dentuça demais, rabugenta demais e, em resumo, feia demais. Apesar da inteligência e senso de percepção mais elevado do que o do geral.
Eu passai praticamente 4 anos seguidos da minha vida sendo xingada e sofrendo um príncipio de bullyng na escola porque eu era feia e as outras garotas bonitas e emancipadas (porém, meio burrinhas. Uma ou outra salvava).
Antes de tudo, eu estudava numa escola particular. Não tinha tantos filhinhos-de-papai quanto agora. E nem havia tanta má educação quanto a que vejo hoje no mesmo colégio (minha mãe trabalha lá e conta umas coisas terríveis). Mas, sempre houve aquela coisa de quem era mais rico que quem, ou, quem podia ir mais na balada, quem beijava mais quem, enfim, quem podia mais o que. E nessas, eu tentava mostrar que a minha inteligência era a maior entre os outros, apesar deu ser feia, dentuça e magrela e, claro, NERD. Era pedir para ser aloprada. Mas, nunca mudei minha mentalidade sobre isso. Aliás, piorei a situação.
Quando entrei na 6ª sééérie mais ou menos (pirralha master), comecei a ouvir Linkin Park, haha. E me achar a “fodona” porque era uma das poucas que gostava de rock da sala, além do cabeludo metidão (bota metido nisso) que era o charme da nossa turma. ¬¬’
Bom, esses tormentos foram até a 8ª série. No 1° ano, mudei de colégio e entrei numa escola pública (ETEC), daquelas que você tem que fazer o vestibulinho pra entrar (ou seja, sua inteligência finalmente é valorizada e levada a sério). Mudei de cabeça, mudei de jeito, mudei inclusive de valores, de notas, de amigos, de críticas, de modo de falar. Mudei tudo.

Me formei o ano passado nessa mesma escola pública. Eu sempre me perguntei se eu teria mudado tanto quanto mudei nestes últimos 3 anos se tivesse continuado naquela escola particular. Eu andei vendo fotos de quem estudava comigo.
A maioria dos meninos virou bombadinho filhinho-de-papai ou frustrados que não sabem o que querem da vida e fazem um cursinho ou faculdade qualquer para dizer que está fazendo algo. Quanto às meninas, são peitudas peruas que esticam as fotos para parecerem mais magras ou, também, pessoas frustradas que não sabem o que querem da vida e acabam fazer uma coisa qualquer.
Me parecem vazios e fúteis.
Lógico, tem suas exceções. Sempre há. Mas…São exceções. É o contrário do pessoal que se formou comigo e a maioria sabe o que quer, tem um real objetivo, dá valor ao que tem e não ficam desesperados se a menina lá da esquina deu mais que ela. E daí?

Acho que, se por um acaso eu re-encontrasse esse pessoal de novo, ou me sentiria orgulhosa, ou frustrada. Orgulhosa de ser como eu sou, diferente deles. Ou frustrada, porque, apesar de ter chegado onde cheguei, eles podem parecer mais felizes, mesmo sendo ignorantes (perante minha visão). Felicidade é ignorância? Conhecimento é um rumo certo para sucesso, percepção do que é ao nosso redor e parte de um caminho para depressão?
Não sei bem.

Acho que gosto demaaais de quem me tornei para voltar atrás e me tornar um deles. Tão iguais.

Eu pretendo fazer uma reforma no blog. Em breve, quando parar um pouco a pressão do Técnico e do ENEM. Me desejem sorte. 😀

“I want to say it’s to me to change the world
Now I want to play today kicking down the door
Now I’ll be alright as long as I ain’t seen it all
Now I’mma hold you tight to that night we had a ball
We had a ball” – Ragoo – Kings Of Leon

Evolução

Bom, depois de taaanto tempo, eu venho postar sem coisas tristes pra dizer. Mesmo porque, tanto quanto a felicidade excessiva, a tristeza também cansa. Então estou arranjando meus meio-termos.

Ultimamente tenho me dedicado ao extremo no técnico e pra estudar pro ENEM. Trabalhos e rotina tomaram conta de mim. Eu parei um pouco de me questionar. Foi uma coisa meio “pra que ficar me questionando e me lamuriando se eu tenho tanta coisa pra conquistar e fazer na minha vida, mesmo que isso siga os ‘padrões da sociedade’?”. Se eu continuasse nessa onda, seria um poço sem fim de morbidez tomando conta da minha cabeça, sendo que o melhor agora é eu saber trazer alegria ou, no mínimo, segurança pra minha família e amigos.
São tempos de mudanças (tanto é que pretendo mudar o visual do blog em breve, deixa eu ter mais tempo, haha).
Depois que fiz 18 anos, percebo os extremos que cheguei em tão pouco tempo (ou seria o suficiente?). 4 anos me mudaram MUITO. Foi uma mutação tanto interna quanto externa. Era uma radical femista, cabelos curtos, santa de boca, crítica com tudo e todos, abominava qualquer tipo de luxúria e quase quis ser presidente do país. Agora, sou uma feminista (há diferença entre feminista e femista), que aprova a liberdade de toda e qualquer forma de expressão, conhecida entre os amigos como “macho pra beber”, quer que o circo pegue fogo e a única coisa que critica são aqueles que criticam por demais aquilo que pouco conhecem ou sentiram na pele.
De repente, todos são banais, fúteis, tolos e massificados. Homossexualidade é aceita, mas não é bem vista. O governo ainda é visto como piada e não nos atinge. Ciúme é motivo para usar chantagem em cima dos outros. Desgraça é motivo para abusar dos outros.
Uma vez meu tio (irmão da minha mãe), disse uma coisa que realmente reflete ao que a maiorado do povão pensa. Ele disse “o que eu sei é que na sociedade o que importa é imagem”. Sinceramente, eu não me dei ao trabalho de corrigí-lo porque sei que, pela idade dele, seria uma coisa inútil. Se eu fosse feita de imagem, metade de mim estaria despedaçada. Acho que isso me instiga mais ainda a procurar aquilo que amoral ou “errado”. Eu já vi tudo aquilo que tem de bom nesse mundo, mas e o que tem de ruim? Será que tem graça? Porque a imagem que procurar isso importa tanto? No final, vamos todos nos formar no colégio, ou na faculdade, os amigos que pensam como nós vão ficar, vamos trabalhar e se manter no emprego depende de nossa capacidade de exercer a profissão que escolhemos, não da nossa imagem. Cuidar dos nossos filhos, prepará-los para o mundo (não para nós mesmos) exige conhecimento de vida, saber o que a sociedade é capaz de fazer quando você não segue seus padrões pois, se seu filho for o “diferente” em seu campo social, você tem o que dizer a ele. Tem como cuidar de suas feridas, tem como contar histórias parecidas e fazer ele compreender seu ponto de vista como mãe/pai.
Já me vi diante de encarar essa batalha da “imagem” antes. Agora parece mais dura, não sei bem. Ás vezes espero demais das pessoas ao meu redor e, as que menos espero, se revelam pensantes como eu.
Como disse, depois da morte do Allan, tudo me parece simples demais para me descabelar ou me deixar pra baixo. Não que eu jamais fique agora. Só que não dou tanta à importância àquilo que realmente, no final das contas, não tem importância.
Hahahaha, tô falando demais, né? Vou parar, desligar o computador, estudar, ler e dormir. Amanhã de manhã tenho que fazer uns trabalhos e, enfim, vou me aguentado nessa minha vida “certinha” até domingo, quando termina a prova do ENEM e eu vou ficar mais aliviada (indo bem ou não). Aliás, torçam por mim. =]
“You like to think you’re never wrong
(You live what you learn)
You have to act like you’re someone
(You live what you learn)
You want someone to hurt like you
(You live what you learn)
You want to share what you’ve been throught
(You live what you learn)” – Points Of Authority – Linkin Park
Boa Noite!

Desabafo sem fundamento.

Bate a baixo-estima. Diria que puxam minha energia, mas não gosto de culpar os outros. Gosto da minha solidão e da quietude. Tudo no lugar, tudo dentro do planejado. Meu lado virginiano transparece.

Parte de mim se esvai com os passos das pessoas nas ruas enquanto dou tchau aos parentes que acabam de sair. Ainda sinto os ombros pesados e a mandíbula contraída pelo estresse não intencional. E eu posso mergulhar no meu vazio banal.
Afinal, em que ira eu me transformo? A minha luxúria e minha gula não deixam clara a minha ânsia por cuidados, meu querido? Ou é essa transparência que o assusta? Não o quero muito perto. Isso vai me fazer quem você realmente é e o que eu observo já me basta.

Sua típica arrogância ainda me envergonha. Só que no final você passa por cima desse meu rosto rosado e eu aprecio a bela paisagem que se forma sem você no quadro.

São 00:41 de uma madrugada de domingo para a segunda-feira 14 de setembro de 2009.
Eu estou com sono. E acho que estou em crise de novo. Não sei justificar isso exatamente.

Boa Noite!

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