Como e porque.

Como todos, ultimamente minha vida tem seguido bem. Sumi porque a faculdade está me tomando muito tempo, além do mais, se estou vivendo bem, por que passar o tempo falando disso se é mais legal viver apenas. É claro, nada é perfeito. Algumas dores de cabeça (principalmente relacionadas aos homens em aspecto geral) tem em deixado um pouco mais irritadiça do que o normal.

Vou lhes dizer uma coisa bem simples: homens são fáceis de entender, mas terríveis de lhe dar. Esta é a verdade.
Não vou discutir isso aqui, na verdade. Vim apenas atualizar e explicar como andam as coisas. Talvez eu reforme o blog e volte a postar outras coisas além da minha própria vida. Talvez eu simplesmente o exclua. O blog não é mais algo participativo na minha vida. Sei que também não tenho muitos leitores. Vinha aqui apenas e unicamente para desabafar. E veja só, não preciso mais desse tipo de terapia se eu percebi que posso desabafar com pessoas (isso não é nenhum tipo de lição de moral, é só uma coisa que concluí). Então…cá estou depois de 1 mês e meio de silêncio para dizer-lhes outra coisa:
Adeus.
=)

Reclamona

Pois é. Andei passando por poucas e boas esse último mês e acabei não falando nada de nada. Estou ocupada com a faculdade e, pra variar, tentando me fechar e não vendo necessidade em falar as coisas em alto e bom som. Mas pra ser sincera, há vezes em que você precisa apelar para as indiretas-diretas para passar uma informação.

Eu quero deixar claro uma coisa antes: este blog é uma pura demonstração minha de egoísmo. Eu escrevo por mim e para mim, deixando isso público. Eu escrevo o que eu quiser. Esta é minha cabeça e eu tenho o direito de deixar gravado (ou não) o que passa por ela.
Vou falar de uma coisa que eu realmente acredito: liberalismo. Um cidadão, quando quer, pode muito bem mudar sua vida, sem a ajuda de qualquer coisa. Se ele teve uma ajuda, ou foi coincidência, ou foi sorte. Podemos pensar assim. Mas a verdade é: quando você realmente QUER mudar algo. Quando você quer ganhar mais, quando você quer ir para um show, quando você quer mudar de vida, quando você quer que seu relacionamento melhore. Quando você quer QUALQUER COISA, realmente quer. Você consegue.
Vou dar 3 exemplos muito grandes da minah vida para isso:
-Eu queria muito, muito mesmo ir no show do Linkin Park (é besta, eu sei. xP) quando eles vieram em 2004~2005. Mas eu não tinha dinheiro. Estava passando por uma época difícil financeira. Eu queria tanto, tanto, tanto. Que uns 3 dias antes do show, um dos meus tios ligou e disse que queria ir na arquibancada ver os caras, mas não tinha companhia (detalhe, ele só conhecia a banda por causa da música da novela). Então ele me chamou, pagou tudo e tudo mais. Foi um dos dias mais legais da minha vida.
-Poucos anos depois, eu queria absurdamente entrar no Einsten: escola em que eu me formei do ensino médio. A nota de corte era 27. Eu tinha feito 30. Mas faltava 2 pessoas na lista para sair e eu conseguir entrar em alguma sala. Fui em todos os dias de todas as chamadas. Não consegui a vaga. Tive que ficar uma semana na escola particular por conta disso. Até que o cara que trabalhava lá (conhecia meu irmão, afinal ele também estudou lá) e tinha anotado meu número de telefone e ligou 1 semana antes de começar as aulas do Einstein. Ele me garantiu a vaga. Consegui entrar no colégio que eu tanto queria.
-Meu quarto. Depois que meu irmão faleceu, é que eu finalmente tive meu quarto. Ele ainda não está de todo completo. Falta colocar vidro nas janelas, o batente da porta e um armário pra que eu finalmente tenha liberdade dentro dele. Mas, depois de tantos anos. TANTOS ANOS, eu, meus pais e meu irmão temos privacidade. Podemos nos trancar em nossos quartos. Podemos arrumar e desarrumar o nosso canto. Claro que não foi fácil. Teve que pintar as paredes, mudar as coisas. Mas isso, sinceramente, não é nada depois que você vê as coisas funcionando.
Quem quer, consegue.
Quem quer mudar o país, também consegue (lembrando que hoje é dia de voto).
O que eu quero agora, de verdade:
-Economizar dinheiro para colocar vidro nas janelas (por volta de R$200,00);
-Economizar dinheiro para arrancar a escada podre que eu não sei como, ainda aguenta nosso peso e abrir a porta da sala (por volta de R$600,00);
-Tirar notas boas em todos os projetos da faculdade;
-Arranjar um emprego;
-Tirar a carta;
-Sair de casa e morar sozinha.
Prefiro ficar sem sair, sem gastar com nada de luxo, sem TV à cabo, sem ir ao cinema, sem comer um salgadinho que seja por 3 meses do que continuar assim.
Qualquer reclamação: clique em “comentários”.

Pessoas…

Ontem um cara da empresa de eventos da minha formatura (que foi em 2008) veio me oferecer o álbum de fotos tiradas durante a festa. Eu não aceitei. E ele foi mal-educado.
Fui sábado na bienal do livro com meu namorado e quase tivemos uma crise se stress porque simplesmente havia gente sem noção de trânsito de pessoas ou de educação.
Toda vez que vou pra faculdade há algum indivíduo que usa o celular tocador de mp3 com o volume no último e músicas que, independentemente do estilo que seja, irrita pelo simples fato de estar tocando.
Outro dia, também no ônibus, um grupo de jovens religiosos entrou e começou a cantar em volume alto músicas sobre Deus.
Antes julgava as pessoas erradas de atos hediondos para com a minha pessoa. Mas depois reparei que aqueles que se diziam ao meu lado é que realmente eram dignos de pena, porque de carinho, não mais.

Talvez eu esteja de saco-cheio de pessoas de espírito sujo perto de mim. Talvez eu tenha simplesmente pego alguma frescura maldita. Talvez eu tenha decidido reparar e não aguentar mais. Talvez eu esteja me achando superior e julgando os outros.

Vou fazer 19 anos dia 30. Quero começar a trabalhar em breve. Quero ter notas altas na faculdade. Quero meu namorado ao meu lado. Quero meus amigos sempre por perto também. Quero a saúde da minha família. Quero poder entender porque os outros simplesmente têm de ser tão egoístas, idiotas, sujos e irritantes. Quero acreditar na democracia.
Será?

Fenix

Não, eu não vou bancar a Fenix da X-Men, mesmo porque nenhum espírito ou alien do espaço entrou no meu corpo e eu não posso ler a mente das pessoas. Muito menos mudei totalmente minha personalidade (o lado fake do cinema é absurdo). Eu apenas estou mais completa e ressurgi das cinzas que estava minha vida 3, 4 meses atrás. Não sei bem sobre o que vim falar hoje. Acabei de voltar do Sul com meu namorado. Quarta que vem minhas aulas da faculdade voltam e eu pretendo procurar um emprego o mais rápido possível. Queria fazer academia, mas o tempo talvez me impeça de fazer tal coisa.
Eu sinceramente não tenho mais do que reclamar. Não tenho mais coisas para desabafar e tornar esse blog ainda vivo em nossa vasta rede da internet. Por enquanto, talvez.
Acho que vim aqui para justificar minha ausência. Para dar sinal de vida. Para indicar aos meus leitores (?) que eu não estou morta. Estou apenas bem.

Ah, Gramado e Canela são lindos. Recomendo ir. Ainda mais se você tiver um par romântico para ir junto, nesse frio, é a coisa mais linda de se ver e se sentir.

Um beijão a todos.

“I am milk
I am red hot kitchen
And I am cool
Cool as the deep blue ocean” – Milk – Garbage.
Boa Noite!

A única certeza na vida.

Ela era alta, cabelos preto-azulados e tinha a mesma mania de sorrir enquanto falava apenas para parecer simpática. Isso não quer dizer que tornava a situação mais confortável. Suspirei.

-Oi, DeeDee.
-Ah, que bom que você sabe quem eu sou.
-Achei que ia pro inferno direto…
-Sou apenas um corredor entre a sua vida e o que você crê encontrar após sua morte. Se você acha que merece ir para o Inferno de Lúcifer, então vá.

Tudo bem. Eu podia muito bem ir pro inferno com a justificativa óbvia do meu suicídio. Mas eu também podia me dar uma nova chance e reencarnar.

-Eu já fui eu mesma, DeeDee?
-Como assim?
-Sabe…Mesmo que vivendo em outra época, eu tinha a mesma personalidade, o mesmo gênio depressivo? As mesmas pessoas me influenciaram da mesma maneira? Ou foi tudo diferente e eu simplesmente morri de alguma peste ou de um tiro durante a primeira guerra?
-São perguntas que eu não posso responder e você sabe.
-Tá, tá…

Antes que alguém pergunte, DeeDee é de Death. Morte, saca? O fim da linha, aliás, o corredor para o fim da linha. E eu me matei numa crise de depressão por ter perdido o único homem que realmente me fez feliz um dia. Eu também estava meio cansada de viver. Sabe como é…Sempre tem que comer, dormir, cagar, enfim….Bem que podiam mudar essa configuração básica do ser-humano de vez em quando. Aliás, pra ninguém perguntar também, eu resolvi me jogar do vigésimo andar. Ah, morri com vinte anos de idade, se é que vocês pegaram a piadinha.

-Ok, eu posso escolher ir por um desses corredores, certo?
-Certo.
-E cada um representa o que eu quiser que eles representem pra mim, certo?
-Certo.
-E se eu quiser ficar aqui pra conversar e passar um tempo, pode?
-Victória, pára de enrolar!
-Ah, vai, Death, eu sei que você sempre quis uma companhia. Desde que o Morpheus morreu, você não foi mais a mesma. E eu sei que você sabe que eu também perdi o meu irmão. Vamos jogar um xadrez e prosear, vamos?
-Você é uma 171, sabia?
-Sei. Quando eu sair daqui, mande um abraço pra/pro Desejo, está bem? Sem ela eu não estaria aqui, se é que você me entende…
-Tá, tá…vamos logo com isso...

Hell Copa

Esse maldito clima de copa, com todo esse verde e amarelo por todo canto me deixou enjoada no ônibus. O que me fez pensar que, ao menos uma vez, uma única vez, eu tenho que soltar a língua e falar o que me deixa brava (ou não). Porque segurar tudo em nome do bem maior não me parece mais são.

Torcedores fanáticos e burros: vão tomar no cu.
Idiotas da faculdade: parem de ser idiotas e achar que o mundo gira em torno da porra da internet e da faculdade.
Rodrigo: você é um asshole controlador e carente porque não sabe fazer amigos.
Amanda: eu amo você, querida. Agora delete a dramática da Manu e a controladora da Jess da sua vida. Elas não valem nem um fio de cabelo seu.
Nietzsche: pare de me morder.
Marcelo: a única vez que eu pedi seu colo, você pediu um tempo no namoro. Implorou pra eu não te deixar, mas você me deixou. Adoraria explicações….Mas na verdade, foda-se.
Mateus: eu te amo, querido.
Kim: como está você?
Lucas, Renan, Patrick e Allan: sinto saudades.
Pai e mãe: eu também amo vocês.
Gordo: você é gordo, mas eu também te amo.
Vadias do shopping: aposto que são amigas das vadias da minha sala, então, bem…baranga é a mãe de vocês.

E eu vou me aliviar assim que der um “publicar postagem”.
Vou ver o jogo.
Coréia vai ganhar de 2 a 0.
E se não ganhar, eu espero que esse país pare de dar feriado por causa de uma merda de jogo.
Não foi a educação que eu tive em casa, mas falar palavrão liberta a alma.
ADEUS.
(reclamações via e-mail, twitter, orkut, cara-a-cara. Tanto faz.)

Veja bem…

Não digo que foi repentino porque não foi. Só estava esperando a hora certa para mostrar as caras. Teve toda aquela mania de mulher: ter um foco principal em algo, mas manter a visão periférica no que acontece ao redor, afinal, se eu não prestar atenção, posso perder algo muito importante.
E de repente eu percebi algo praticamente explodindo, logo ali do meu lado. Confesso: manti minha pose e fingi que nada estava acontecendo por puro medo e orgulho. É um tanto quanto estranho perceber que os detalhes se encaixam bem demais. E nessa, fui me interessando, refletindo…Uma proposta bem apetitosa.
Olhei ao redor: nada mais parecia me atingir. Parecia tão desafiador, na medida certa. “E se eu me quebrar de novo? E se sua cabeça, pra variar, está idealizando demais em cima de um fato de novo? Não seja tola, outra tonta de novo!”.
Parei e observei. Então aconteceram os sinais. Sabe aqueles sinais de quando, por exemplo, você acha que está grávida e começam a aparecer mil bebês e temas sobre maternidade na sua frente? É, esses sinais vieram, só que de um único canal. Ainda por cima, o canal direto do objeto a ser avaliado.
Pois bem, estás aprovado. Vou levar comigo. Agora, vamos às negociações. Treinei expressões no espelho, diferentes tons de voz, frases diferentes. Mas eu sempre soube que na hora H, não ia fazer nada do que treinei e agir naturalmente de improviso. Por que eu iria me esconder atrás de falas decoradas? Não faz parte de mim isso.
Imprevisto, IMPREVISTO. MEU DEUS, ESTOU NEGOCIANDO ANTES DE AO MENOS COLOCAR UMA ROUPA DECENTE. SUA CHANCE, VICTÓRIA, SUA CHANCE. É AGORA, É AGORA.

A proposta era: me aceitarem como eu sou e me amarem por isso. Porque eu já aceitei e já amava alguém por ele ser como era. Aliás, não só isso, como ficar ao meu lado, mesmo que fosse aos poucos. O que importava era estarem ao meu lado.
É, meus caros compatriotas. Estou namorando. Ele me faz feliz. (x
Felicidade é igual a não ser triste. Sendo que a tristeza é praticamente a base da minha inspiraçaõ pra postar aqui. Mas, olha só, é bom abrir a cabeça (e o coração) para não saírem apenas coisas EMOs, haha. E um pouco de bom-humor vai bem a todos, obrigada.
Quem diria, hein. Pra quem pensava em se matar aos 16, até que estou muito bem.


“Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.” – Condicional – Los Hermanos
Boa Noite!

ser ou não ser?

Sabia que os maiores índices de suicídios são em países de alto-padrão, totalmente ‘resolvidos’. É uma coisa tão certa, tão sem problemas, tão FELIZ que as pessoas acabam se enchendo de tanta perfeição e acabam se matando.
Fundo do poço: viciante. Distorcer a realidade, fazer drama, achar esse mundo todo insuficiente é natural de um ser humano? Aliás, é natural de uma garota alá seus 18 anos, com faculdade nas costas, namorando, família em ordem, financeiramente estável e amigos por perto ainda querer procurar qualquer tipo de coisa ‘errada’ em sua vida? Por que eu ainda quero coisas (ou pessoas) que me machucam por perto?
Tudo errado, tudo ao contrário.
Não é mais uma questão de liberdade. É uma questão de alívio. Toda essa cobrança de ser feliz, toda essa cobrança de parecer bem porque está tudo bem me sufoca.
Deus! Como é difícil esquecer. Será que o isolamento é a solução? E olha só, parece que estou tentando te copiar. Mas parece agora que estou vendo o seu lado e, por instinto, seguindo o mesmo caminho. Odeio o fato de sermos parecidos e nem podermos falar sobre. Por que tem que ser assim? Parece uma questão de adolescentizinha em crise, mas e daí?! Que seja! Me deixa ser o que for. Mas por que eu tenho que ficar seguindo tudo isso? Por que parece que estou vivendo por outrém senão eu?
Por que parece tão insuficiente?
Por que eu ainda sinto tanta falta?

Positivismo

Se eu podia usar bermudas de garoto na escola aos 14 anos, eu posso usar esmaltes da moda agora. Se eu podia contestar a política brasileira sem que me contrariassem, eu posso usar mini-saia com salto e falar palavrão ao mesmo tempo. Se eu ainda continuo cruzando as pernas em formato “indiozinho” em todo lugar que eu sento, ainda posso sentar e encarar quem quer aparecer na minha frente. Se eu podia ouvir Slipknot e Linkin Park e achar que era tudo a mesma coisa, ainda posso ouvir Iron Maiden e achar uma merda.
Se eu fui usada, eu posso usar alguém. Se eu te amo, eu posso te destruir. Se eu te odeio, posso te transformar no maioral. Se eu posso sair de casa sem calcinha e me achar a mais vulgar de todas, eu posso muito bem usar moletom na rua e ser bagaceira.
Eu posso e eu vou. Não é o tempo, não são trabalhos nem pessoas que vão me impedir de fazer o que eu quero fazer e, logicamente, eu posso fazer.
E o que eu quero é ouvir apenas a minha cabeça agora. Foda-se coração, foda-se! Você já tomou meu corpo por tempo demais e olha como eu estou agora! Vou fazer aquilo que me faça chorar por apenas uma ou duas noites entre dias felizes e não o contrário. E se isso não der certo, eu posso muito bem reiniciar e fazer o que eu acho que vai ser melhor para mim.
Tudo dará certo.
Agora, se você não agir como estou planejando…

“With your smart mouth and your killer hands
With a potion oh that I have made
For a young man its a heck of a wage
And i feel crazy when I see your face” – True Love Way – Kings Of Leon.
Boa Noite!

O bar salvador.

-Uma coca-cola, por favor?!
O balcão de luz iluminava meu rosto e, do espelho à minha frente, via a cena grotesca que estava me tornando. As rugas eram muito visíveis para uma mulher de 22 anos. Seria o cansaço ou a abdicação de ingerir qualquer coisa que possa levar à algum tipo de alucinação? Tanto faz! Eu me sentia velha e indiferente para tudo o que acontecia á minha volta.
Estava num bar do centro. Nada muito fora do comum: som alto, garotas de mini-saia, caras arrogantes e necessitados, baristas prontos para aguentar bêbados carentes e os perdidos, como eu. Os perdidos (e perdidas) são sempre aquelas pessoas que nunca bebem, ou bebem sem exageros, apenas observam o ambiente e concluem que a vida é uma droga.
-Moça? Sua coca com limão.
-Ah, obrigada.
Não sei exatamente quanto tempo se passou, mas em menos de 2 minutos eu consegui relembrar, com detalhes, a aparência que eu estava no enterro do meu irmão, 5 anos atrás. Me olhar no espelho e ver a cara inxada, caída, mas ainda cheia de força. Lembro de analisar no reflexo cada detalhe em minha tez se estava tudo certo. Se aquilo realmente estava acontecendo… O que fez com que eu lembrasse, também em detalhes, da crise de choro por causa de algum garoto. O fato maior, que seria o garoto, eu já não lembro mais. É engraçado que, em nenhuma das ocasiões eu demonstrava aflição e agonia a ninguém. Apenas ficava na minha, observando e ruminando.
Como agora, em frente ao balcão de um bar, enquanto o cara ao lado fica me paquerando e eu simplesmente me concentro no gelo dentro do copo de coca-cola. Ele se aproxima fisicamente e eu me levanto no mesmo instante, levando o copo comigo. Estou de saco-cheio. É sempre a mesma merda. Você vai para um bar, RELAXAR e aparece um ass-hole querendo conversa. Será que ele achou que eu estava bebendo alguma bebida especial? Eu nem vim vestida decentemente. Apenas botei uma calça jeans velha, tênis e regata preta (roupa de barizon, como dizia uma amiga minha). Apenas lápis preto borrado no olho e uma cara de tédio facilmente reconhecível.
Como pode um homem charmoso chegar perto de uma mulher com uma expressão negativa sem mais nem menos? É a revolta que o atrai? Porque eu tentei ser a garota alegre e irritante uma vez e me tacharam como a “de boca calada, é fácil”. Eu não preciso dessa pose ou disfarce para afastar indivíduos que procuram um mistério, um leão enjaulado por trás do maxilar enrijecido que eu insisto em manter quando estou pensando. Quanto ao leão, uma ou duas pessoas o viram. Será que sua pouca exposição à luz do sol o fez ficar tão famoso e, agora, querem tentar me domar?
Tanto faz também. Encostar as costas ligeiramente nuas na parede gelada e sentir o gelo queimando por dentro me acalma. Estou num canto tão escuro quanto a minha camiseta e só sei que há casais se amassando ao meu lado direito porque estes fazem movimentos que tampam a luz que vem do balcão e isso faz com que minha pupila se contraia e dilate de maneira frenética. Isso me deleita.
Ah, a beleza de parar, observar e não ser observada. Finalmente me sinto confortável o suficiente para relaxar as sombrancelhas e não ter mais dor de cabeça por tensão fútil. Eu não deveria ter pegado esta coca. Assim poderia sentir a pressão caindo e ver as coisas turvas e a sensação de fraqueza, de necessidade. Orgulho ferido. Mas já que estamos aqui e eu já tenho glicose no meu sangue, vamos avaliar de novo a situação.
Eu sou uma mulher de 22 anos, recém-formada, trabalhando, morando com os pais, solteira e desinteressada em relacionamentos, apesar da carne arder algumas vezes e eu ter de apelar para o terrível one-night-stand – Deus, isso é tão frio. Parei no bar com dois amigos, mas me perdi deles (de propósito aliás). Ambos estavam acompanhados até cinco minutos atrás e agora devem estar fodendo alguma das garotas de mini-saia. Só terei sinal de vida deles quando meu celular tocar. Eu poderia até ir embora, mas vê-los satisfeitos e ouvir as peripécias sexuais me distrai, me faz refletir o quão fundo de poço eu posso me tornar. Sendo que amanhã de manhã eu sei que acordarei com a diva encarnada, vestirei minha saia social mais curta, colocarei minha meia rendada 7/8 com cinta-liga, salto alto e a camisa social, é claro. Look completo de uma moça vulgar e animada que esconde o lado Holden Caufield, depressivo compulsivo, sarcástico e, até mesmo, psicopata dentro de um olhar aparentemente curioso e inocente.

“Maybe I should look away
Before I ruin this
Maybe I should pick the time
Before I pick the place” – Don’t Get Close – Slipknot.
Boa Noite!

Protótipo

Características Físicas

Nome: Victória
Idade: 18 anos
1,68m de altura e peso médio de 54kg. Cabelo ruivo, com mechas pretas (tingido) um pouco abaixo do ombro e a nuca raspada com máquina zero. Tez branca. Olhos castanho-escuro e sombrancelhas pretas. Mãos magras e dedos compridos. Busto pequeno-médio. Cintura fina, porém com culotes. Pêlos finos em todo o corpo. Pernas compridas. Mancha de nascença no lado esquerdo do pescoço (algo como um chupão eterno). Três piercings na orelha direita e marca de um piercing na sombrancelha direita. Mulher, enfim.

Características Psicológicas

Sorridente, receptiva, porém, fechada. Tem princípio de borderline. Odeia ouvir pessoas mastigando e a insistência de pessoas com quem ela não fala muito lhe tocarem o braço ou a careca na nuca. Odeia correr atrás das pessoas que não devolvem a preocupação. Odeia sentir-se sozinha, apesar de saber da eterna solidão que lhe assombra. Ama mascar chiclete enquanto ouve música. Ama observar pessoas no transporte público alheio. Odeia a indecisão e a incerteza. É neurótica e mostra-se mulher apenas quando lhe convém. É contraditória em suas atitudes. Fechada, provavelmente nunca falará cara-a-cara seus problemas a não ser que incomodem muito. Odeia quando não lhe deixam em paz nos sábados de descanso. Odeia não ver quem ela ama ver. É fria ao analisar a reação das pessoas e sente-se vulnerável quando alguém lhe é imprevisível. Tem memória forte e prefere guardar fatos em horários e datas do que em lembranças simples. É ansiosa e fica vermelha em momentos que lhe constragem. Emocionalmente é forte, porém insegura. Em suas atitudes é firme e confiante. Teimosa. Calada. Adora comer e dormir, pois acha que comer é preencher o vazio e dormir é esquecê-lo. Odeia pessoas teimosas em seus mundos fechados. Ama o sol de manhã. Ama reconhecer seu raciocínio rápido. Ela se vê indiferente para si mesma. Odeia não saber e a dúvida. E odeia a ausência. Ama o drama quieto que faz. Ama indiretas e piadas internas. Ama levantar o olhar. Ama andar em seu jeito peculiar. Ama sorrir sozinha de coisa pouca. Ama a capacidade de segurar a dor mais aguda em prol de uma saúde no ambiente. E odeia quando ninguém repara seu esforço para fazer qualquer coisa que seja, desde lavar a louça, até provar que está tudo bem. Ama falar de si em 3ª pessoa.

“Still I wish there was somethin’ you would do or say
To try and make me change my mind and stay
We never did too much talkin’ anyway
So don’t think twice, it’s all right” – Don’t Think Twice, It’s All Right – Bob Dylan.
Boa Noite!

Sorte é você quem faz.

Peguei a mochila e adiantei o trabalho de arrumar as coisas. 2 camisetas, 1 calça, 4 calcinhas, 4 pares de meias e uns 2 sutiãs. Seria suficiente para passar alguns dias sem lavar a roupa. Toalhas? Uma só tava bom. Já não cabe quase mais nada e o pouco que ainda falta levar eu vou colocar na sacola disfarçada.
Está tudo indo conforme os planos. Amanhã eles viajam para um lado e eu, ao invés de ficar em casa e cuidar do lar, vou-me para a minha própria aventura. Talvez eu fique fora por apenas uns dias. Ou por todos os outros dias (que era o planejado). Não queria pensar de novo na minha decisão. Olhar meus pulsos cheios de cicatrizes e os recados antigos de amigos perguntando o porquê de tudo isso já me eram justificativas suficientes para tentar novamente. Tentar o isolamento e, enfim, a liberdade absoluta: a morte concebida por mim mesma. Irei para o hotel, ficarei bêbada por 5 dias, farei todo o sexo puro e sujo que conseguir, gritarei, matarei a camareira por diversão e finalmente darei o tiro da redenção. Me despedindo dos jornais que publicarão isso com classe, como um caso memorável. E dos que eu amo, farei com que me odeiem. A glória de virar a mesa e transformar admiração para rejeição.
Ao lado de um possível Lúcifer eu me sentarei. E dele tentarei ser amante.

“People say that your dreams
are the only things that save ya.
Come on baby in our dreams,
we can live our misbehavior.” – Rebellion (Lies) – Arcade Fire.
Boa Noite!

Aperte os olhos e vai.

“-Se eu cair, você me segura?
-Claro, vic. Eu te amo e tô aqui pra isso”

“Você me estressa”

“Você insistiu em apertar na mesma tecla, mesmo erro.”

“Não seja burra”

“Você sempre foi ingênua, victória. Sempre acreditou nas pessoas de maneira errada.”

“Eu sou sua puta e você é meu puto”

“Anjo com malícia.”

“Você seria ridícula se aguentasse mais um pouco.”

“Você não sabe cuidar de si mesma. Nunca vai tomar juízo.”

Passado. Consome as estranhas, sobe pelo esôfago, atinge o olhar em cheio e meu cérebro vê tudo invertido. Tudo igual. Mesma situação, mesmo erro, porém, com mais frieza. Me mostre a diferença, se é que ela existe. E se ela me é insuficiente, vou matar o que impregna minhas roupas e não me deixa dormir à noite.

“Over each mistakes were made, I took the blame
Directionless, so plain to see
A loaded gun won’t set you free, so you say” – New Dawn Fades – Joy Division.
Boa Noite!

Informando. ;~

Oi, BRASIL! Em nome do meu bom humor vim lhes dizer o que anda passando de forma básica na minha reles vida de mulher.
Pois bem, começou a faculdade, ando acordando muito cedo (porque a facul fica longe PRA CARALHO CARAMBA), comendo mal e tendo pouca vida social com quem realmente interesas, além de sentir saudade de tocar bateria. Tudo isso junto têm feito meu humor oscilar muito, o que causa postagens depressivas, visões distorcidas dos fatos e até mesmo, magoando sem querer quem não tem nada a ver com isso. Resumindo: ando um saco. (:
Mas tenho toda a alegria de viver. Tenho amigos maravilhosos (que sinto falta todos os dias), um alguém especial na cabeça e uma família legal que paga minhas contas, haha. Além disso, a faculdade, que tem sido meu foco principal, está melhor do que eu imaginava. Tanto no sentido de que tenho aulas teóricas maravilhosas quanto no sentido de me ver num ambiente novo cheio de pessoas pra estudar e diferentes maneiras pessoais e/ou profissionais de lhe dar com elas. Melhor, só ganhando na loteria, haha.

Cabeça ocupada não nos faz pensar nas dores. Dia 23 fez 9 meses. Talvez eu tivesse um sobrinho agora ou estivesse me preparando pro casamento dele. Mas tudo bem. Eu só sinto a falta e a segurança de que ele está ao meu lado.

“See, the time we shared it was precious to me,
But all the while I was dreaming of revelry.” – Reverly – Kings Of Leon.
Boa Noite!

dispair

Apertar as mãos, fechar os olhos, mergulhar a cabeça num balde d’água gelada, ficar de pé o dia inteiro, analisar conversas, procurar pêlo em ovo, respirar fundo, ocupar a cabeça, roer as unhas, tocar bateria, chorar, bater a cabeça na parede, gritar em silêncio, sorrir para estranhos, estralar os dedos, ouvir músicas positivas, ouvir músicas negativas, me olhar no espelho, recordar escritos, sentir minha rotina, dormir, sonhar…
Não adianta. Minha garganta ainda continua áspera enquanto eu reluto pra entender porque estou tentando segurar vinho com dedos mal entrelaçados. E não vejo outro par de mãos para fazer o mesmo. Me fere assumir que eu tenho coragem para abrir as mãos e observar que tenho apenas as gotas rubras que ficam grudadas na pele.

Me conforta.
Me conforta?

—//—

Tensão Pré-Menstrual.
AHÁ! Agora tudo fica explicado.

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